O Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde do Ceará (Sindsaúde) realizará intervenção no Hospital Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte, na próxima segunda-feira, 6, em repúdio à suposta perseguição e assédio moral que trabalhadores da saúde estariam enfrentando no equipamento. Dentre as queixas feitas pela entidade, estão o descaso com colaboradores e a demissão sem justificativa de uma funcionária que cobrava melhores condições de trabalho.
Segundo o sindicato, uma das profissionais de saúde de nível médio, que inclui auxiliares e técnicos de enfermagem, foi demitida, no início desta semana, na mesma data em que solicitou esclarecimentos à gestão sobre a negligência no atendimento a uma paciente que chegou em estado grave pelo Samu. De acordo com o relato, a paciente não teria sido cuidada mesmo apresentando muita secreção e com pulsação muito baixa após parada cardiorrespiratória.
“O sindicato vem reunindo essas denúncias e reclamações feitas por esses profissionais e estamos nos preparando para seguir combatendo essa negligência por parte da unidade. Estamos em um momento difícil, mas precisamos resguardar os servidores tanto na área trabalhista quanto na saúde. É fundamental dar voz aos profissionais que estão combatendo essa pandemia e dar a eles, também, melhores condições de trabalho”, comenta Márcia Vieira, diretora regional do Sindsaúde Ceará.
Em repúdio à suposta perseguição aos trabalhadores, o Sindsaúde realizará na segunda-feira, 6, uma intervenção em frente ao Hospital Regional do Cariri, marcada para acontecer às 8h30min. A entidade sindical também informou que está ingressando com ação pedindo indenização por considerar a demissão da profissional de saúde discriminatória.
Procurado pelo O POVO, o HRC informou que tem “o compromisso com a valorização profissional e a segurança dos seus trabalhadores” e “que preza pela integridade e os direitos de seus trabalhadores, pacientes e acompanhantes”.
Em nota, o hospital afirma que assegura equipamentos de proteção individual (EPIs) de qualidade para toda a equipe, além de treinamentos para uso correto, paramentação e desparamentação; cuidados com higienização/prevenção e realização de testes.
Denúncias
Em denúncia ao Ministério Público do Trabalho (MPT), o Sindsaúde alertou para o uso indevido de EPIs por parte da unidade de saúde. De acordo com a denúncia, os profissionais estariam sendo obrigados a usar a mesma máscara N95 por um período de até um mês. Além disso, por conta da falta de capotes descartáveis, técnicos e auxiliares estavam usando capas plásticas quentes e desconfortáveis, que, além de machucar a pele, estariam causando desidratação em profissionais durante procedimentos que exigem mais esforço em contato com os pacientes contaminados ou com suspeita de Covid-19.
O povo