Uma síndrome respiratória que acomete crianças e pode estar associada ao coronavírus vem sendo monitorada com um olhar atento do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduais de Saúde. Identificada como Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (Sim-P), a doença já atingiu 142 crianças no Brasil, sendo que, entre os estados, o Ceará aparece com 41 registros, seguido dos Estados do Rio de Janeiro (22) e São Paulo (18). A síndrome provocou nove óbitos nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Ceará e Pará.
Os dados das secretarias estaduais de Saúde foram publicados, neste sábado, em reportagem do Jornal Folha de São Paulo, e mostram sinais de preocupação entre pais e autoridades sanitárias. A reportagem cita uma nota da Secretaria de Saúde do Ceará que considera que ‘’todos os núcleos de vigilância hospitalar estão cientes da necessidade de vigilância dessa síndrome e se comunicam constantemente com o Centro de Informações Estratégicas’’. A nota emitida pelo Governo do Estado atribui o número elevado de casos a ações de testagem em massa e vigilância.
FEBRE ALTA E CONTÍNUA, VÔMITO E DIARRÉIA
O acompanhamento dos casos da doença passou a ser maior a partir do mês de julho após o segundo alerta da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). O primeiro alerta foi feito no mês de maio. Os relatos da área médica apontam que os sinais da síndrome começam com um quadro de febre alta e contínua, surgimento, em alguns casos, de dor abdominal, vômito e, também, diarreia. Há registro de que, com esses sintomas, aparecem ainda conjuntivite e erupções e inflamações na pele.
Os quadros mais graves podem levar a comprometimento de órgãos. “A partir daí caminhamos para um quadro multissistêmico, em que há o envolvimento de muitos órgãos. Há alterações cardíacas, alterações respiratórias, no sangue, na pele, nos olhos e no sistema nervoso”, destaca, em entrevista ao Jornal Folha de São Paulo, o presidente do Departamento de Infectologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, Marco Aurélio Sáfadi.
De acordo com o médico, a intensidade e o quadro da síndrome pode variar em cada criança. Para especialistas, o total de casos da síndrome é baixo se comparado aos números da Covid-19, mas a doença chama atenção pela gravidade, por ser algo novo e pela possível subnotificação.
Ceará agora