Segundo o repórter, a situação é “dolorosa, porque [as famílias] não têm de onde tirar água”. Erivelton informou que os relatos chegaram das comunidades de Campo Grande, Cipó, Gangorra, Marreca, Santo Antônio, Jurema e Canafístula Velha. As duas últimas localidades, no entanto, já possuem poços profundos perfurados, mas que ainda não foram instalados.
“O [açude] Pirabibu era a única maneira de abastecer, porque tem a rede que atende o Campo Grande como também atende o Santo Antônio e as comunidades pelo sistema do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto). O manancial secou. A equipe da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos) foi ao local para saber se tinha condições de fazer um poço, sem ser profundo, tipo uma cacimba grande. No estudo foi encontrado um material, com cerca de 4 metros de profundidade, como uma espécie de cascalho, onde há a expectativa de que lá tenha água, como informou a Companhia”, destacou Erivelton.
Uma das moradoras do Distrito, Cilene, da Fazenda Cipó, comentou a situação e destacou que “ninguém tem água para beber”, somente “para animal e para tomar banho”, com captação através de uma cacimba.
“Só que nós temos nosso poço, mas a promessa de campanha morreu, que era pra botar o aparelho pra tirar o sal [da água]. Deu uma chuvinha e quem aparou aquela primeira água das telhas tá bebendo. Eu quero saber o que vão fazer pelas comunidades?”, indagou Cilene. “Não é fazendo sensacionalismo. Quem tiver dúvidas, é só ir lá”, ressaltou o repórter.
Dos três reservatórios monitorados pela Cogerh em Quixeramobim, o Pirabibu é o único que se encontra completamente seco. O açude possui capacidade de armazenamento de 74 milhões de metros cúbicos. A nível de comparação, a Barragem, responsável pelo abastecimento da sede urbana, comporta somente 7,8 milhões de m³, e o Fogareiro é capaz de reter 118 milhões de m³.
Do Repórter Ceará (Foto: Wandenberg Belém)