Hospital privado de Fortaleza descumpriu os protocolos de armazenamento e transporte de amostras suspeitas da nova variante da Covid-19 para a realização de análise laboratorial.
As substâncias foram enviadas junto a alimentos na mesma caixa de transporte, sem identificação de risco, tampouco armazenamento adequado. O trabalhador que fez a entrega presta serviço a uma empresa de entrega motorizada e não sabia que transportava substâncias de risco biológico.
O hospital foi autuado por não atender a três requisitos obrigatórios. A Secretaria de Vigilância e Regulação aguarda a defesa para poder expedir multa. Se incorrer novamente, a unidade particular pode ter o alvará cassado.
“As amostras não condicionadas corretamente apresentam o risco de contaminar a superfície e por consequência pessoas”, frisa Magda Almeida, secretária executiva de Vigilância e Regulação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Um dos erros foi o transporte de amostras biológicas sem identificação da classificação de risco do material. Outro descumprimento foi terceirizar o transporte das amostras para empresas não licenciadas junto ao órgão de vigilância sanitária local competente.
A terceira inconformidade foi referente ao prestador de serviço de transporte terceirizado não ter infraestrutura, conhecimento e treinamento adequado para desempenhar o transporte de material biológico de maneira adequada.
"O trabalhador é o menos culpado, mas com certeza será o mais prejudicado. Não sabia nem o que estava transportando. Fez só a entrega que foi devolvida", alerta a secretária. A cada reincidência, a multa aplicada dobra. A unidade já havia sido notificada da irregularidade, contudo, enviou as amostras de forma inadequada novamente.
“(O entregador) relatou não ter conhecimento do conteúdo e não sabia da possibilidade de ser de risco biológico o material que iria transportar. Afirmou ainda que já havia realizado entregas de alimentos em outras entradas desta unidade”, detalha a secretária.
Após o ocorrido, a Secretaria de Vigilância e Regulação reforçou aos laboratórios e hospitais particulares as normativas que devem ser seguidas para o envio e transporte de amostras.
"O senso comum reforça sempre a crítica sobre o que é público, mas os setores privados também têm fragilidades em relação a segurança do paciente e biossegurança que precisam ser corrigidos", acrescenta.
Procedimentos de vigilância genômica no Ceará para rastreio de novas variantes do Sars-Cov-2:
Armazenamento das amostras:
- Embalar as amostras uma a uma ou colocar em estantes revestidas com filme PVC/embalagem plástica e/ou mantas;
- As amostras identificadas corretamente e devidamente protegidas deverão ser acondicionadas em uma caixa de isopor, devendo ser 01 isopor para amostras e 01 isopor para amostras sanguíneas. Caso as amostras não preencham completamente a caixa, ocupar com isopor, flocos, papel toalha estes espaços para não haver deslocamento dos tubos durante o transporte, causando vazamento e contaminação dos outros tubos, da embalagem e do ambiente como todo;
- Critérios para manutenção da temperatura: adicionar o quantitativo de gelox descrito abaixo de acordo com o tamanho do isopor/container para correta manutenção da temperatura do transporte.
Envio:
A caixa deverá estar lacrada e conter identificação de destinatário e remetente e material biológico categoria B UN 3373 substância biológica, bem como orientação de posicionamento das amostras, seta para cima, com base na RDC nº 20/2014.
Na identificação das caias deve conter as seguintes informações:
- Nome, endereço e telefone do serviço remetente;
- Nome, endereço e telefone do serviço de destino do produto;
- Relação de produtos enviados e condições de conservação;
- Data e hora de embalagem e saída.
o Povo