Região Centro Sul : Alunos da EEEP de Cedro são destaque na Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz

Blog do  Amaury Alencar
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Cultivo de plantas medicinais foi uma das ações do projeto (obs: a foto é de 2019 e alguns alunos estão de máscara para se protegerem da poeira)

A preocupação com o uso indiscriminado e, muitas vezes, abusivo de medicamentos industrializados por parte da população levou jovens do município de Cedro a desenvolverem um projeto de conscientização a respeito do tema. Todos são estudantes do curso técnico em Enfermagem da Escola Estadual de Educação Profissional (EEEP) Francisca de Albuquerque Moura, localizada naquela cidade. Após uma série de pesquisas, iniciadas em 2019, o grupo passou a ministrar palestras e a trabalhar na produção de uma “farmácia viva” na escola, com o cultivo de plantas medicinais, no intuito de incentivar o consumo de produtos naturais como medicamentos de primeira escolha.

O movimento resultou na produção de um conto, denominado A origem de Greena, que concorreu na 10ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, tendo sido destaque na Região Nordeste I, que abrange os estados do Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Com o resultado, a equipe foi classificada para a etapa nacional da competição. Os alunos foram orientados, desde o início das ações, pela professora Yana Camila Brasil Marques.

Amanda Vieira, que cursa 3ª série do Ensino Médio na EEEP de Cedro e é uma das autoras do conto, observa que o objetivo principal da iniciativa é ajudar pessoas. “Buscamos trazer os saberes tradicionais de volta aos dias de hoje. Queremos fazer com que acreditem nas plantas medicinais, pois elas podem salvar vidas e trazer a cura de muitas doenças. Penso que, se estudadas profundamente, as plantas poderiam até trazer uma cura para o Coronavírus”, conjectura.

Apresentação em sala, de 2019, antes da pandemia

Processo

O projeto foi realizado ao longo de 2019 e início de 2020, antes da pandemia da Covid-19. Os alunos, que na época faziam a 1ª série do Curso Técnico em Enfermagem, estudaram acerca das plantas medicinais e suas indicações, conscientizando-se sobre a importância do uso racional de medicamentos industrializados.

Durante a Semana da Enfermagem, o projeto foi apresentado à escola e, em

seguida, deu-se início ao cultivo das plantas medicinais. A partir daí, os alunos que demonstrassem alguma necessidade terapêutica poderiam fazer uso dos chás, sob orientação de um profissional da saúde, como esclarece a professora Yana Camila.

“Em abril de 2020, faríamos as apresentações externas e palestras educativas em outras escolas do município. Porém, devido à pandemia, demos uma pausa. A ideia surgiu com a percepção do uso frequente de plantas medicinais na cultura cearense. Viu-se a necessidade do repasse das informações sobre os benefícios do uso de chás para a saúde, desenvolvendo o hábito do consumo, além de trabalharmos a conscientização acerca dos riscos da automedicação, prática tão presente em nossa sociedade”, explica a professora.

Thauan Nunes, colega de curso de Amanda, também auxiliou na elaboração do conto e nas atividades relacionadas à ação. Ele avalia que a conscientização a respeito do uso racional de medicamentos é um debate necessário.
“Como técnicos de enfermagem, temos um papel social de respeitar a vida, de cuidar, e também, de difundir os nossos conhecimentos. Por meio do projeto, estamos conseguindo fazer isso”, indica.

Continuidade

A estudante Socorro Lima, que também é coautora do conto, lembra que a participação na olimpíada foi uma forma de manter a ideia ativa durante o período de distanciamento social, em que as atividades práticas não puderam ser realizadas.

“Nós três criamos a história (Socorro, Amanda e Thauan). Procuramos uma forma de abrir a mente das pessoas para focar mais no efeito benéfico das plantas. Sempre que alguém sentia uma dor de cabeça, um enjoo, ou qualquer mal estar, procurava por comprimidos. E esse costume não faz muito bem. O projeto veio pra mostrar que um chá de hortelã ou de boldo, por exemplo, podem resolver o problema”, considera.

A professora Yana Camila enaltece a conquista dos alunos e a oportunidade de difundir os benefícios da medicina natural. “Levar uma escola do interior do Ceará para representar o estado na etapa nacional da 10ª Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente da Fiocruz, incentivando o protagonismo estudantil, mostrando aos nossos alunos que eles podem (e devem) participar de grandes eventos, sonhando e obtendo grandes conquistas, é algo a se comemorar!”, conclui.

Leia o conto “A origem de Greena”

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