Morreu, nesta madrugada de sábado, em Fortaleza, o ex-governador do Ceará, Adauto Bezerra (94). Ele estava internado há cerca de 10 dias no Hospital Monte Klinikun.
O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), lamentou a perda e decretou luto oficial de três dias no Estado.
Familiares não deram detalhes do enterro, mas de acordo com protocolos sanitários, rituais do gênero não devem acontecer.
Militar e político
Aluno da Academia Militar das Agulhas Negras no Rio de Janeiro, onde concluiu o curso de Oficial do Exército, Adauto, nascido em Juazeiro do Norte (Região do Cariri), estreou na política via UDN e teve o apoio da família para ser eleito deputado estadual em 1958, 1962, 1966 e 1970. Disputou estas duas últimas eleições pela ARENA, chegando a assumir o governo duas vezes na condição de presidente da Assembleia Legislativa.
Em 1974 foi indicado governador do Ceará pelo presidente Ernesto Geisel renunciando ao cargo para disputar o pleito de 1978 no qual foi eleito deputado federal. Para evitar cisões no esquema governista, firmou em março de 1982 o Acordo dos Coronéis ou Acordo de Brasília com César Cals e Virgílio Távora para assegurar a eleição de Gonzaga Mota para governador sendo que o PDS venceu a contenda com Adauto Bezerra como vice-governador.
Em 1985 transferiu-se para o PFL e foi candidato a governador do Ceará em 1986 sendo derrotado por Tasso Jereissati (PMDB). Nomeado para o comando da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) pelo presidente Fernando Collor em maio de 1990,[3] afastou-se da política ao deixar o cargo e tornou-se sócio-proprietário do Bicbanco ao lado de seu irmão gêmeo Humberto Bezerra.
Jornalista Eliomar de Lima