Setor produtivo no Cariri lamenta manutenção de restrições

Blog do  Amaury Alencar
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Loja de confecções funcionando à meia porta em Juazeiro do Norte nesta sexta-feira, 9 de abril (Foto: Luciano Cesário/O POVO)
Loja de confecções funcionando à meia porta em Juazeiro do Norte nesta sexta-feira, 9 de abril (Foto: Luciano Cesário/O POVO)

Após o anúncio feito pelo governador Camilo Santana (PT), neste sábado, 22, de que não haverá novas flexibilizações de atividades econômicas, representantes do setor produtivo do Cariri manifestaram sentimento de lamentação.

Em transmissão ao vivo pelas redes sociais e acompanhado pelo secretário de Saúde do Estado, Dr. Cabeto, o governador apontou a região como sendo a que inspira maior preocupação em relação à pandemia de Covid-19, com taxa de positividade de 58% (contra 35% da média estadual) em exames para a detecção do novo coronavírus.

Apesar do agravamento da crise sanitária no Cariri, dirigentes do comércio lojista e do setor de alimentação fora do lar disseram afirmam que os dois segmentos estão seguindo protocolos de prevenção à doença e preparados para ampliar o atendimento ao consumidor.

Diferentemente das macrorregiões de Fortaleza e de Sobral, nos municípios caririenses as lojas e restaurantes de rua só podem funcionar entre 10h e 16h em dias úteis, e de 12h às 18h nos shopping centers. Nos fins de semana, esses estabelecimentos devem fechar uma hora mais cedo. 

Para a presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Juazeiro do Norte, Zenilda de Sena, esse horário restrito impacta significativamente o segmento no Município, responsável, segundo ela, por parte expressiva da economia local. "A Cidade tem um comércio que abrange não só as cidades circunvizinhas, mas também alguns estados como Piauí, Pernambuco e Paraíba, que se abastecem no comércio de Juazeiro. E isso acontece, inclusive, devido aos horários de topiques e ônibus, que vêm dessas regiões, não coincidirem com os da abertura do comércio aqui", detalhou.

Zenilda afirma que a entidade vem orientando seus associados a seguirem e reforçarem medidas preventivas e que já criou um projeto para estimular os lojistas nessa direção. "Nós visitamos vários estabelecimentos, fazendo uma campanha educativa para que eles fizessem essa adesão ao projeto 'Selo Loja Mais Segura', om o qual já certificamos mais de 600 lojas. Todos os empresários têm que ter a consciência de que não se pode relaxar em momento algum com essas medidas", defende. Ela conclui informando que, somados, os setores de serviços e comércio abrangem 20 mil empresas no município.

Por sua vez, o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Cariri, Jerônimo Freire, destacou que o segmento já vem sofrendo há mais de um ano. Essa limitação de horário é muito ruim porque 70% dos estabelecimentos do nosso setor funcionam no período noturno. Então, os prejuízos vão sendo acumulados e a perspectiva é a de que mais bares e restaurantes não consigam sobreviver a cada semana que passa. Dos que não fecham, muitos acabam migrando para informalidade, o que torna até mais difícil de se fiscalizar o cumprimento dos protocolos de prevenção à Covid-19".

Naquele dia, o governador Camilo Santana (PT) afirmou que a taxa de positividade reduziu significativamente em Fortaleza, mas permaneceu elevada em outros municípios. Por isso, as Regiões de Saúde do Cariri, Sertão Central e Litoral Leste/Jaguaribe continuaram com as mesmas restrições.

Em vigor desde a última segunda-feira, 17, o documento atual autoriza comércios de rua, restaurantes e shoppings a terem seu horário de funcionamento ampliado e com capacidade de até 50% de segunda-feira à domingo nas macrorregiões de Fortaleza e Sobral.

Academias podem funcionar até as 21h, além de autorizado o retorno de atividades em clubes, escolas de esporte, areninhas, aulas práticas de ensino superior e atividades extracurriculares das escolas.

Após o início da flexibilização do segundo lockdown adotado no Estado, no último dia 12 de abril, o governador Camilo Santana (PT) liberou setores da economia por quatro semanas. No dia 7 de maio, contudo, decidiu não avançar na reabertura, mantendo as medidas que estavam em vigor à época por mais uma semana em todo o Estado. Na ocasião, ele explicou que, apesar da tendência de queda do número de casos e de óbitos se manter, alto patamar de internações e aumento na positividade de exames colocaram o comitê científico em alerta. 


                             O POVO 

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