O consultor do Ministério da Saúde William Amorim Santana confirmou em depoimento à CPI da Covid nesta sexta-feira (9) que apontou erros na fatura de compra da vacina indiana Covaxin, que se tornou alvo da comissão por suspeitas de irregularidades e favorecimento por parte do governo federal.
Santana, que atua na divisão de importação da pasta, disse que também ouviu relatos de pressão para liberar a Covaxin e apresentou um email que foi encaminhado pela Precisa Medicamentos, no qual a empresa pede auxílio na liberação da importação da vacina indiana e pede celeridade, "com a anuência da Secretaria Executiva".
Senadores que integram a comissão viram essa menção à Secretaria Executiva, então comandada pelo coronel Elcio Franco, braço-direito do ex-ministro Eduardo Pazuello, como uma forma de pressão para privilegiar os trâmites relativos à vacina desenvolvida pela Bharat.
Santana foi convocado para prestar depoimento para explicar se houve pressão para a liberação da importação da vacina indiana Covaxin. Ele atua na divisão chefiada pelo servidor Luís Ricardo Miranda.
A suspeita de irregularidades envolvendo a compra da vacina indiana Covaxin veio à tona quando o jornal Folha de S.Paulo revelou em 18 de junho o teor do depoimento sigiloso de Miranda ao Ministério Público Federal, no qual que relatou pressão "atípica" para liberar a importação da Covaxin.
Depois da divulgação do depoimento, seu irmão, o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), afirmou que chegou a informar Bolsonaro das supostas irregularidades, em encontro no Palácio do Alvorada.
Segundo o parlamentar, o presidente teria dito que se tratava se um "rolo" do seu líder do governo na Câmara, deputado Ricardo Barros (PP-PR).