Centro Sul : Pais de Cedro. viajam mais de 400 km por semana para visitar filha de três meses na UTI

Blog do  Amaury Alencar
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Não existe distância quando o assunto é amor. No Ceará, o servente de pedreiro Alex da Silva Gonçalves, 20, e Ysmenia Sousa, viajam semanalmente mais de 400 km para visitar a filha Maria Layla, de três meses. A pequena está internada, desde o seu nascimento, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), em Fortaleza. Para acompanhar o quadro clínico da primeira filha, Alex e Ysmenia viajam do município de Cedro, no Interior do Estado, até a Capital, duas vezes por semana.

Na semana do Dia dos Pais, Alex conta que um de seus maiores desejos é ver a filha recebendo alta para, assim, conhecer seu verdadeiro lar. “Há três meses, eu venho para cá e só vou deixar de vir quando ela receber alta. Nossa alegria vai ser ela receber alta e ir para casa. Já tem muitas coisas que compramos para ela, brinquedo e roupinha”, disse. Após uma complicação no parto, Layla foi diagnosticada como encefalopatia hipóxico isquêmica (EIH), síndrome decorrente de um evento grave de falta de fornecimento sanguíneo e de oxigênio.

O percurso depende do transporte ofertado pelo município onde vivem. Conforme o servente, para realizar as visitas à filha, ele sai com a esposa da cidade de Cedro por volta das 20h30min e chega à Fortaleza pela madrugada, em torno das 3h40min. Ao todo, são oito horas de viagem semanalmente para poder ficar perto da pequena e acompanhar a evolução do quadro clínico na unidade hospitalar em Fortaleza.

A coordenadora do Centro Especializado em Terapia Intensiva Pediátrica do HGWA, Yohanna Monteiro, destaca que a presença dos pais ajuda, tanto no acolhimento da mãe quanto na questão do vínculo com a criança. “Quando o pai é presente e ele quer participar do cuidado, ele coloca no colo, ele quer participar do banho e a gente vê que é suma importância a presença dos pais na Unidade Neonatal também para aumentar o vínculo com a criança. Isso fortalece ainda mais os laços familiares. Além disso, o pai é fundamental nesse processo de auxiliar a mãe nesses casos. A gente vê que com o bebê internado, o vínculo com o pai fica um pouquinho mais distante e é muito importante a participação dos pais nos cuidados com os recém-nascidos”, explica Yohanna.

 De acordo com a psicóloga da UTI Neonatal Joyce Hilário a maioria dos pais também sofrem ao acompanhar os bebês internados com cuidados intensivos. A profissional destaca que é fundamental colocar o pai como responsável no cuidar, e que não é só função da mãe. “Ele não é só um coadjuvante, também deve vir para receber o bebê, deve cuidar, dar suporte emocional, colocar no colo e exercer sua paternidade. Até na amamentação ele pode participar, já que temos a mamadeira e outros utensílios de apoio”, orienta a psicóloga.


                    o Povo 

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