Coppe cria plataforma para ajudar no diagnóstico da covid-19

Blog do  Amaury Alencar
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 tomografia exame


 Agência Brasil 

A plataforma digital CovidScan foi desenvolvida para apoiar profissionais de saúde na identificação e diagnóstico da covid-19 e começou a ser testada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A plataforma foi desenvolvida pela Petrec, empresa criada no Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia (Lamce) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ). Segundo a Petrec, a CovidScan é um módulo da plataforma HealthScan. A ideia não é ficar centrado somente na covid-19, mas ampliar o uso para outras patologias.

O diretor-executivo da Petrec, Josias José da Silva, disse que os pesquisadores vão manter a parte de inteligência artificial (IA) em nuvem, de forma que ela vai se aprimorando e aprendendo cada vez mais ao longo dos anos, à medida que o uso também vai se ampliando em outras unidades. A computação em nuvem é uma tecnologia que permite a distribuição dos seus serviços de computação e o acesso online sem a necessidade de instalar programas. “A gente consegue, com o tempo, estar aumentando a inteligência [artificial]”, disse.

Imagens

A plataforma CovidScan reúne tomografias de pulmão e raios X de tórax. Silva explicou que a partir dessas imagens, a CovidScan utiliza padrões que tanto aumentam como reduzem a densidade pulmonar. “A gente consegue definir qual a parte do pulmão que tem esses acometimentos que tanto reduzem como aumentam essa densidade, e também a quantidade percentual do volume do pulmão total”.

Segundo Silva, isso é feito atualmente “no olho” e a máquina consegue definir com precisão qual é o percentual do pulmão que está acometido com aquela enfermidade. “Esse é o objetivo da plataforma”.

As imagens são classificadas por tipo de patologia, com o objetivo de facilitar o prognóstico médico. A comparação das imagens do pulmão do paciente com imagens previamente classificadas pode colaborar com o médico no diagnóstico da doença e na tomada de decisão, seja pela internação imediata, ou no tratamento mais adequado.

Testes iniciados

O sistema foi configurado no mês passado na Fiocruz e a fundação depende da liberação de uma porta do tomógrafo pelo fabricante do equipamento para começar os testes práticos no dia a dia médico, o que deve ocorrer na próxima semana.

As imagens são classificadas por tipo de patologia, com o objetivo de facilitar o prognóstico médico. A comparação das imagens do pulmão do paciente com imagens previamente classificadas pode colaborar com o médico no diagnóstico da doença e na tomada de decisão, seja pela internação imediata, ou tratamento mais adequado. O trabalho tem a colaboração do professor Alexandre Evsukoff da Coppe.

Como na Fiocruz os exames não podem ir para a nuvem, foi criada uma nuvem interna. “A gente colocou lá um computador com processamento gráfico (GPU)”, disse Silva. Essa máquina faz a integração do sistema CovidScan com o ambiente operacional da unidade médica. Segundo o pesquisador, os dois sistemas vão atuar de forma paralela, de modo que o da empresa tenha como importar tomografias e radiografias dos pacientes, realizados pela Fiocruz, exportando depois os resultados para os médicos da fundação. A validação da parte operacional é a fase final do projeto.

Miguel Couto

A CovidScan será testada também no Hospital Municipal Miguel Couto. Os pesquisadores da Petrec estão configurando a máquina no local. A expectativa é que ela esteja operacional na semana que vem. O computador vai fazer a comunicação entre a estação de trabalho do tomógrafo e a nuvem, onde ficarão hospedados os dados do paciente. Lá, a equipe da Petrec terá acesso às informações para fazer o processamento com inteligência artificial.

A partir da continuidade do projeto, a meta é evoluir para diagnóstico de outras doenças, entre as quais aneurisma de aorta e enfisemas. O projeto da Petrec foi desenvolvido graças a um financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) no valor de R$ 1,2 milhão. Silva disse que a intenção é buscar novos patrocínios junto à Fundação de Amparo à Pesquisa no Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq), governo fluminense e prefeitura do Rio de Janeiro.

“A proposta do projeto é validar agora e torná-lo utilizável principalmente no sistema público de saúde”, disse Silva.

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