Em entrevista coletiva concedida à imprensa cearense, o ex-presidente Lula afirmou que ainda não decidiu se vai ser candidato à Presidência da República, e que vai apoiar qualquer postulante contra o presidente Jair Bolsonaro.
O petista, porém, sinalizou apoio a uma eventual candidatura do governador Camilo Santana ao Senado Federal. “Ele já tá com cara de senador”.
“Ainda é cedo para a gente discutir o que vai acontecer em 2022 na política. Estamos numa fase de conversar com as pessoas, saber o que as pessoas estão pensando. Saber das propostas para o momento que o País está vivendo. A imprensa já apresentou 11 candidatos a vice meus e eu nem decidi se vou ser candidato”, afirmou.
Sobre a disputa eleitoral no Ceará, ele afirmou que o PT tem uma tradição política no Estado e que deve discutir com todas as forças políticas como se portarão nas eleições do próximo ano. “Nem perguntei para o Camilo o que ele vai ser. Ele tá com cara de senador, mas não sei se ele vai ser senador”.
Lula disse ainda que Camilo tem compromisso, como governador do Estado, até o fim de 2022, porém, destacou que o chefe do Executivo estadual “tem uma vice de confiança” e por isso poderia sair da gestão. A vice-governadora, Izolda Cela, é filiada ao PDT dos irmãos Ciro e Cid Gomes.
Lula disse que tem profunda relação e respeito pelo presidenciável Ciro Gomes, lembrando que o pedetista já foi aliado em seu Governo. “Não me incomodo que meus adversários me critiquem, não posso esperar é que falem bem de mim. Se for para a televisão falar que sou bom, ele vai ter que desistir da candidatura”, emendou.
Sobre o momento polarizado e a possibilidade de uma eleição violenta, Lula afirmou que não vai utilizar métodos de violência que seus adversários usam. “Precisamos voltar a ser humanistas, voltar a acreditar na fraternidade, na solidariedade. Se eu vou para a rua para mudar o País, não posso usar violência. Não posso fazer propaganda de armas, tenho que fazer propaganda de livros. Vou participar da campanha sendo candidato ou não sendo. Quero ser um bom cabo eleitoral”.
Jornalista Edison Silva