O cenário de indefinição sobre os rumos nacionais do União Brasil, sigla que nasceu da fusão do DEM com PSL, deixa dúvidas e incerteza para aliados do presidente Jair Bolsonaro no Ceará. A insegurança ganha maior dimensão com as declarações dos presidenciais do DEM, ACM Neto, e do PSL, Luciano Bivar.
ACM Neto disse que a nova sigla será independente, ao ser questionado sobre a relação com o Palácio do Planalto, enquanto, para Bivar, não há qualquer definição, até o momento, se o União Brasil será oposição ou situação.
Para os simpatizantes do presidente Bolsonaro, outras manifestações de ACM Neto e Bivar geraram mais insegurança: o ex-prefeito de Salvador admitiu a possibilidade de conversas com o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, como um nome de terceira via nas eleições de 2022. Moro recebeu, também, citação elogiosa de Luciano Bivar.
“O Sérgio Moro é um quadro que qualquer partido gostaria de tê-lo, mas eu preciso conversar com toda a cúpula do União Brasil, que hoje representa os principais players do DEM e do PSL”, disse Bivar, ao se referir ao ex-ministro da Justiça que comandou a ‘Lava Jato’ e desmontou a estrutura de poder liderada pelo PT. Moro se tornou, também, desafeto do presidente Bolsonaro após deixar, por discordar das ações do Governo, o cargo de Ministro da Justiça.
REPERCUSSÃO NO CEARÁ
Aliado do presidente Bolsonaro, o deputado federal Capitão Wagner é o nome mais cotado para o comando regional do União Brasil, mas se, em termos nacionais, a nova agremiação optar por um caminho de oposição ao Governo Federal, seja no Congresso Nacional ou costurando uma candidatura de terceira via, Wagner terá que repensar o destino partidário com vistas à disputa pelo Palácio da Abolição.
O ‘União Brasil’ terá peso determinante nas eleições de 2022 no Ceará. A sigla somará o maior fundo eleitoral entre todos os partidos aptos a concorrer as eleições do próximo e tem, também, como maior trunfo, o tempo de propaganda no rádio e na televisão. Essas condições dão ao ‘União Brasil’ o conceito real de fiel da balança, ou seja, para onde for, pode definir a eleição ao Governo do estado.
Campeão de votos à Câmara Federal em 2018, Capitão Wagner já soma, hoje, como pré-candidato a governador, o apoio do Republicanos, PROS e Podemos. Conta, ainda, com a dissidência no PSDB puxada pelo prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, e pelo deputado federal Danilo Forte. Wagner vem conversando, também, com o ex-senador e presidente regional do MDB, Eunício Oliveira, opositor do PDT. Correligionários de Eunício não descartam o apoio do MDB a Wagner, principalmente, se o PDT lançar o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, à sucessão do Governador Camilo Santana (PT).
Ceará Agora