PF confirma exoneração de superintendente do Distrito Federal do cargo

Blog do  Amaury Alencar
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 O superintendente da Polícia Federal no Distrito Federal, delegado Hugo de Barros Correia, foi exonerado do cargo pelo diretor-geral da PF, Paulo Maiurino, conforme VEJA antecipou com exclusividade na manhã desta sexta-feira, 8. O motivo para a troca ocorreu porque Correia não teria avisado à cúpula da corporação sobre a operação realizada na última quinta-feira, 7, contra Tatiana Marques de Oliveira Garcia Bressan. Ela é suspeita de ter atuado como informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos quando estagiava no gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O novo superintendente da PF, em Brasília, será Victor Cesar Carvalho dos Santos. A nomeação foi publicada em uma edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira. Santos foi o delegado responsável pela segurança do papa Bento XVI, quando o então pontífice veio ao Brasil.

Segundo fontes da própria PF, a ação que mirou Tatiana foi a gota d’água para que a crise na Superintendência iniciasse. A direção-geral da PF já estava insatisfeita com o delegado desde maio deste ano. À época, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi alvo de uma operação junto com o então presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, que investigava a exportação ilegal de madeira. Neste caso, Correia também não teria informado aos seus superiores sobre a operação.

O depoimento de Tatiana na sede da PF, em Brasília, durou cerca de duas horas. A ex-estagiária negou que fosse informante de Allan dos Santos e disse que o conhecia apenas por meio das redes sociais e encontros casuais. O blogueiro é investigado no inquérito que apura ameaças a ministros do STF e a disseminação de fake news. A PF cumpriu ainda um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, em um dos endereços de Tatiana.

Hugo de Barros Correia estava no comando de algumas apurações delicadas e importantes para o Planalto. A Superintendência do DF investiga, por exemplo, Jair Renan, o filho 04 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na inquérito que apura desvios de recursos no Ministério da Saúde e o caso envolvendo ataques do próprio Bolsonaro às urnas eletrônicas.


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