Na sexta-feita (8), a Petrobras anunciou aumentos de 7,2% nos preços da gasolina e do gás de cozinha nas refinarias. Para se exemplificar, o valor do botijão de gás de 13 kg já é o maior praticado em 20 anos.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, o consumo de restos de madeira cresceu 1,8% em 2020, quando comparado a 2019. As famílias estão deixando para usar os botijões de gás apenas em emergências. Alguns até venderam o próprio fogão para gerar algum dinheiro na crise.
Contudo, a lenha e o carvão vegetal, usados para cozinhar, são um retrocesso para a saúde e à qualidade de vida.
O gás vinha sendo mais usado que a lenha até 2017, período em que o preço do botijão começou a estourar. Nessa época, a Petrobras mudou a política de preços, reajustando o gás liquefeito de petróleo (GLP) sempre que a cotação do petróleo e o câmbio cresciam. O mesmo já era feito anteriormente, com a gasolina e o óleo diesel.
Enquanto soluções e alternativas de baixo custo e emissão de carbono não chegam à população mais pobre, a lenha só tende a crescer. Essa fatia da população enfrenta a força da inflação, no dia a dia, de forma mais dura que os ricos.
A estatal planeja um programa de acesso ao gás de cozinha. O conselho de administração da Petrobras assentiu a liberação de R$ 300 milhões para ajudar as parcelas mais pobres da população a comprar o botijão.
A forma de distribuição, em 15 meses, ainda não está definida. Contudo, espera-se atingir 400 mil famílias com o projeto, número distante do total populacional afetado pelos altos preços.