O governador Camilo Santana (PT) demonstrou confiança na manutenção da aliança que governa o Ceará, que tem como eixo central PT e PDT. Setores petistas, sobretudo os deputados federais José Airton Cirilo e Luizianne Lins, defendem um palanque próprio para apoiar a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a presidente. Na base aliada, Camilo deverá ser candidato ao Senado e abrir espaço para o PDT indicar quem concorrerá a governador. Nacionalmente, os pedetistas têm Ciro Gomes como nome para presidente. Porém, Camilo não considera que o cenário nacional atrapalha o plano local.
"No Estado, tá cada vez mais consolidada, mais sólida, mais forte a aliança do PT com o PDT. Disso eu não tenho dúvida. Vamos dialogar e continuar dialogando com todos os partidos da base aliada do governo. As intrigas que tentam colocar entre o PT e o PDT, elas não vão vingar, porque o que está acima de tudo é um projeto que tem sido construído ao longo do tempo", disse o governador na tarde desta quinta-feira, 9, na inauguração do Centro de Estudos, Enfermaria e Setor de Endoscopia do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA).
"Não estamos falando aqui de projetos individuais, não é o projeto do Camilo, não é o projeto da Izolda (Cela, vice-governadora), não é o projeto do Cid (Gomes, senador). São políticas de Estado que têm feito o Ceará avançar, mesmo diante de crises e mais crises", disse Camilo, acrescentando: "Tô falando de um projeto de Estado que está em curso e que eu e a Izolda hoje representamos, lideramos esse processo no Ceará. E precisa continuar corrigindo os seus defeitos, avançando com sinceridade, com franqueza, com diálogo acima de tudo."
Apesar da defesa do projeto, Camilo reconhece "desafios enormes". Entretanto, elenca conquistas. "O Ceará tem se destacado na educação, o Ceará tem se destacado na saúde, na na infraestrutura, na geração de emprego. Na própria segurança, eu tenho recebido aqui visitas de vários estados brasileiro vindo conhecer a estrutura hoje de segurança do Ceará. Sei que isso é um desafio, um desafio enorme. E precisa de muito foco, muito planejamento, muita determinação, muita parceria, muita integração."
Embora o PT ocupe hoje a cadeira de governador, é o PDT o maior partido e a maior força política do Ceará. A escolha de Camilo para concorrer ao comando do Poder Executivo, em 2014, passou por pragmatismo. O objetivo era neutralizar o possível apoio de Lula a Eunício Oliveira, que era candidato de oposição pelo então PMDB, hoje MDB, e era o principal aliado do PT na eleição nacional, com Michel Temer como vice de Dilma Rousseff (PT). Em 2018, a conciliação dos palanques nacionais de PT e PDT no Estado já deu trabalho a Camilo.
Apesar das pressões, nomes que têm a hegemonia do partido no Estado, como o deputado federal José Guimarães, são a favor da manutenção da aliança.
Já o senador Eunício Oliveira (MDB), embora aliado de Camilo, afirma que aceitará ser candidato a governador se o PT quiser dar um palanque estadual para Lula e se estiver presente na chapa dele.
União Brasil
A respeito do novo União Brasil, que surgirá da fusão entre DEM e PSL, o governador disse que fará o possível para manter a legenda sob controle aliado. "Nós vamos trabalhar para isso, nós vamos trabalhar aquilo que for preciso para que o União Brasil esteja sob a liderança dos nossos aliados. Nós vamos trabalhar pra isso, colocar à disposição para isso, porque é um partido importante aqui para o Ceará."
Tem sido travada disputa entre o comando local do DEM, a cargo do senador em exercício Chiquinho Feitosa, aliado do governo, com o deputado federal Capitão Wagner (Pros). Nesta semana, o futuro presidente nacional do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PSL-PE), disse que Wagner irá controlar a legenda no Estado.
Blog do Amaury Alencar o Povo