Foram arvores plantadas no Jardim dos Profetas em homenagem a oito destes bravos nordestinos que com suas experiências através da natureza conseguiam preparar os agricultores sobre as chuvas e assim poderem contribuírem nas estratégias usadas na plantação.A 26ª edição dos Profetas da Chuva em Quixadá no Sertão Central, realizado pelo Instituto de Violas e Poesia do Sertão Central foi marcada por uma homenagem que ficou fincada nos jardins da Faculdade Cisne que nos últimos anos vem recebendo o encontro. Familiares dos sertanejos que através de suas crenças e experiências na lida do campo conseguem prever chuvas estiveram presentes nesta homenagem.
A placa do Jardim foi descerrada pelo prefeito Ricardo Silveira, organizadores do evento Helder Cortez e João Soares, deputado estadual Salmito Filho e o secretário de Cultura Clébio Viriato. Os profetas participantes estiveram na área externa onde foi realizada uma solenidade em homenagem aos Profetas da Chuva que partiram.
Em 2010 foi o último encontro em que participou Francisca Nobre Cavalcante. A sua experiência tinha como base os astros e as arvores, hoje ainda são observadas pelo filho Erismar Nobre e sua Neta Nerismar Nobre que continuaram estudando a natureza e participando dos encontros.
Sua Neta Neurismar junto com o bisneto Lucas de 5 anos que já acompanha a mãe e o avô nas observações da natureza realizaram uma homenagem com galhos do Flamboyant que apresentou durante o encontro deste ano. Nerismar segue observando as plantas como a avó Francisca ensinou.
Quatro anos depois, em 2014 o encontro perdia mais um membro, Joaquim Ferreira Santiago o Joaquim Muqueca, este baseava-se nas fogueiras juninas, sempre nos mês de junho o mesmo observava as fogueiras e já tirava o diagnóstico do inverno do ano seguinte.
Um ano em que marcou bastante o encontro foi o de 2017, dois dos mais conhecidos entre os participantes ao longo dos anos, os dois faleceram em 2016. Antônio Tavares da Silva, conhecido popularmente por “Antônio Lima” do Custódio, veio a óbito em Abril de 2016. Três meses depois mais um profeta deixava o grupo, Francisco Mariano Filho o “Chico Mariano”.
Um dos profetas mais extrovertidos, era também poeta, Antônio Anastácio da Silva, carinhosamente chamado pelo apelido de “Paruara”, observava os astros e também as formigas. Sempre ao fazer sua apresentação seguia uma prosa ou alguns versos acompanhado de sua alegria que contagiava todos presentes aos encontros.
Os filhos de Paruara fizeram questão de participar e receber esta homenagem ao patriarca da família que foi um grande exemplo para os filhos e netos. Seu filho Tarcísio Silva fez questão juntamente com as irmãs Maria José Silva e Graça Silva de registrarem este momento de grande importância na caminhada do pai.
Outro ano que marcou bastante, 2018 quando outros dois profetas deixam o encontro mais vazio, ao longo do ano partiram, Antônio Miguel de Queiroz que usava as formigas e o João de Barro como pesquisa para revelar se haveria inverno. José Ribamar Lima, radialista e juntamente com João Soares e Helder Cortez organizava os eventos e tinha nas abelhas, astros e pedras de sal sua experiência.
Em um dos anos mais difíceis, 2020, marcado pela pandemia do Covid-19, marcou também pela morte inesperada de Francisco Leite Filho, o Chico Leite que tinha como base em suas experiências os astros e as plantas. Chico Leite participou desde o inicio dos encontros e agora dois anos sem suas experiências.
O 26º Encontro dos Profetas da Chuva de Quixadá neste ano de 2022 contou com 12 participantes, 11 profetas e um que convidado que participou pela primeira vez.
Sertão Alerta