O capitão da Defesa Civil Felipe Zaupa alerta que grande parte dessas fatalidades na época chuvosa são causadas por deslizamentos de terra em áreas de risco e que a percepção do fenômeno é quase impossível pelos moradores desses locais.
"O deslizamento é muito peculiar porque a pessoa acaba sendo acometida dentro de sua própria residência, em um momento que não está em vigília. (...) Desliza e ela, para a falar verdade, nem vê que morreu, porque é muito rápido", diz.
Zaupa ainda acrescenta que ocorrências como desse fim de semana — que ele considera uma das piores da história do estado relacionadas às chuvas — estão ficando mais frequentes com as mudanças climáticas. "Nós temos, historicamente, um aumento de chuvas aqui na região sudeste [da Grande São Paulo] e isso tem causado alguns desastres maiores", completa.
O engenheiro geotécnico e professor da Universidade Mackenzie Paulo Afonso Luz acrescenta que o mapeamento geológico das áreas de risco é fundamental em todos os municípios, já que as autoridades dificilmente conseguirão impedir as camadas mais pobres de ocuparem as áreas em busca de moradia.
"Essas áreas estão em topografia naturalmente ruim, em terrenos muito íngremes. Dá para remediar uma encosta? Dá, mas é caríssimo. Os moradores então vão fazer escavações a olho, alterando o equilíbrio natural de um morro que já está em seu limite de equilíbrio", explica.
R7