Em parceria com a ADESUL, que visa a inclusão desportiva e social de pessoas com deficiência (PCD), o Instituto Compartilha desenvolveu o projeto “Atleta Trabalhador” como uma forma de auxílio e incentivo para paratletas. Por conta desse projeto, o esporte cearense tem um novo motivo para se orgulhar, pois a paratleta Luciana Lima acaba de ser convocada para integrar o time da seleção brasileira de vôlei sentado.
Esta não é a primeira convocação de Luciana, no ano passado ela participou do treinamento preparatório para as Paralimpíadas de Tóquio e foi convocada para a competição internacional. Porém, não pôde participar, pois contraiu covid-19 no período de embarque. “Fiquei muito feliz por novamente estar sendo convocada e ter a oportunidade de treinar com a seleção de base e principal”, orgulha-se Luciana.
De acordo com Felipe Catunda, presidente da ADESUL, a ideia do projeto é incentivar a prática contínua do esporte após a inserção dos paratletas no mercado de trabalho. “Os paratletas têm seus cargos dentro da empresa e são incentivados na prática do esporte e na participação em competições”, detalha. Para Heleni Rocha, presidente do Instituto Compartilha, com essa missão, o projeto resolve um problema comum entre os atletas. “Com o incentivo, eles não precisam ficar no impasse de trabalhar ou se dedicar ao esporte, como acontece na maioria das vezes”, explica.
Luciana Lima acredita que o “Atleta Trabalhador” se trata de algo essencial tanto para sua vida, como para as outras pessoas com deficiência. “Posso conciliar meu trabalho com o esporte que tanto amo, isso só é possível por conta do apoio e incentivo do Instituto Compartilha, não só pelo apoio financeiro, mas também por proporcionar a inclusão de PCDs no mercado de trabalho. É graças ao instituto que hoje eu tenho um trabalho, recebo incentivo pra faculdade e posso me sentir acolhida no mercado de trabalho. Esse é um projeto exemplo para outras empresas e instituições recrutarem PCDs e jovens atletas”, detalha.
Atualmente, a cearense já se encontra no Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CTPB), em São Paulo (SP), para participar da 1ª semana de treinamento da seleção de jovens e de base feminina de voleibol sentado. No time, Luciana busca a convocação para a seleção que disputará competições como o Mundial da China, em maio, e as Paralimpíadas de Paris em 2024. “Poder chegar a lugares onde eu nunca imaginei com o esporte está sendo muito gratificante. É a realização de um sonho”, emociona-se.
Os objetivos da paratleta, que é auxiliar administrativa dentro do instituto, são grandiosos, pois deseja receber reconhecimento também fora das quadras. “Quero ser reconhecida pelas minhas conquistas também no meu trabalho, na minha área profissional. Afinal, para mim o trabalho é ainda mais árduo e dificultoso”, conta.
Ao todo, 10 paratletas trabalham no instituto e competem de forma local, regional, nacional e internacional com todo o apoio necessário. Os atletas são selecionados de acordo com suas potencialidades e os interessados podem entrar em contato direto com a ADESUL (85 9 8889-1810) ou com o Instituto Compartilha (85-3879.6902).
Por Yasmim Rodrigues