O Diretor do Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens, da Universidade Regional do Cariri (URCA), professor Allysson Pinheiro, está no Equador integrando a equipe de revalidação do Geoparque de Imbabura. O procedimento faz parte do processo normativo da Unesco, que a cada 04 anos, avalia a designação de Geoparque Mundial da UNESCO concedida a um Geoparque.
A comissão é formada por dois avaliadores, com a missão de construir um relatório de avaliação de campo, para analisar o cumprimento dos critérios estabelecidos pela Rede Global de Geoparques, e com isso, verificar se a área continuará como um Geoparque Mundial da UNESCO por mais quatro anos, com o Selo Verde, o chamado “green card”. Se a área não mais cumprir os critérios, o órgão de administração será informado para tomar as medidas adequadas em um período de dois anos, com o “yelow card”). Caso o Geoparque não preencha os critérios dentro de dois anos, após receber o Selo Amarelo, o “yelow card”, a área perderá seu status de Geoparque Mundial da UNESCO, e receberá o Selo Vermelho, o “red card”.
Relação da humanidade com o planeta terra
De acordo com UNESCO, um Geoparque credenciado deve demonstrar um patrimônio geológico de relevância internacional. Além disso, seu propósito consiste em explorar, desenvolver e celebrar as relações entre esse patrimônio geológico e todos os outros aspectos patrimoniais naturais, culturais e imateriais da área. Trata-se de religar, em todos os sentidos, a sociedade humana à Terra e de celebrar as formas como o planeta e sua longa história de 4,6 bilhões de anos têm moldado cada aspecto de nossas vidas e de nossas sociedades.
Nesta primeira missão de revalidação, o professor Alisson Pinheiro e a diretora do Geoparque da Costa Basca, Leire Barriusio, após quatro dias de visitação, enviarão o relatório final para a Unesco. Um procedimento pelo o qual tem passado o Geopark Araripe desde sua criação e com revalidação da Unesco já agendada para março de 2023.
Segundo o professor Allysson Pinheiro, para se tornar um avaliador desse processo, existem critérios que precisam ser submetidos a Chamada da Unesco para a função. “É necessário estar vinculado a um Geoparque Unesco, por pelo menos cinco anos e comprovar a experiência nos temas próprios de um Geoparque. Esta é minha primeira incursão neste processo de avaliadores e possivelmente façamos uma nova revalidação ainda este ano, desta vez no Peru.” pontua.
Saiba mais:
Geoparque Imbabura
O Projeto Geoparque Imbabura abrange o território da província de Imbabura, com seus seis territórios: Ibarra (capital da província), Otavalo, Cotacachi, Antonio Ante, Pimampiro e Urcuquí; suas 36 paróquias rurais. Até 2015, a área provincial era de aproximadamente 4.590 km2; hoje, após a consulta popular para conhecer a vontade do povo do setor Las Golondrinas, no extremo oeste da província, a superfície é de 4.791,00 km2 ou seu equivalente, aproximadamente 479.100 hectares.
O território de Imbabura foi declarado como Geoparque Mundial da UNESCO em 17 de abril de 2019, após um processo rigoroso de documentação, difusão e avaliação. Um Geoparque que se distingue essencialmente por suas características geológicas que reúnem extensos territórios com características vulcânicas como pode ser encontrado em Imbabura, Mojanda, Cotacachi – Cuicocha y Chachimbiro; com lagos e lagoas, praticamente em todos a sua extensão, cascatas, fontes de água e atrativos geomorfológicos. Este patrimônio, se fortalece e se torna mais atrativo por sua complementaridade com a diversidade étnica, cultural e produtiva do Equador.