Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio da Silva (PT) fizeram na noite desta 6ª feira (28.out) o último debate das eleições 2022. Os temas economina, salário mínimo, políticas assistenciais e as trocas de acusações e xingamentos dominaram o embate, que começou às 21h30.
A um dia da definição das urnas, os adversários elevaram o tom de confronto e protagonizaram momentos de tensão e ironia, sem se aprofundar nas plataformas de governo propostas. Temas como política de enfrentamento à pandemia, orçamento secreto e confronto com o Judiciário não ficaram de fora. Eles ainda falaram sobre política ambiental, política armamentista, enfrentamento à pobreza, política agrária, entre outros.
Bolsonaro adotou de início a estratégia de acusar Lula e o PT de produzir fake news contra ele. Citou acusação de que ele acabaria com salário mínimo, com o Auxílio Brasil, entre outros. A mesma estratégia, de acusar o adversário de abusar das notícias falsas, foi usada pelo candidato ao governo de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-ministro e afilhado político do presidente na disputa paulista, abriu o debate desta 5ª feira (27.out) acusando o adversário Fernando Haddad (PT) de promover uma campanha de fake news contra ele.
No primeiro bloco, os adversários abordaram economia e, em especial, a política de salário mínimo. Fizeram um confronto de números e feitos dos governos do PT e o atual, com muito ataques mutuos e números de indicadores econômicos. Em busca da reeleição, Bolsonaro prometeu aumentar o salário mínimo para R$ 1.400,00. Aproveitou para afirmar ser mentirosa as afirmações da campanha adversária de que ele colocaria fim aos benefícios trabalhistas, como horas-extras, 13º salário e férias. Lula rebateu afirmando que aumentou 74% o salário mínimo. E afirmou que o atual governo só reajustou pela inflação.
"A verdade nua e crua é que o salário mínimo dele hoje é menor do que quando ele entrou. A verdade é que, durante o meu governo, eu aumentei o salário mínimo em 74% e ele não aumentou o salário mínimo. Ele apenas concedeu a inflação e alguns anos menos que a inflação", disse Lula.
Além de salário mínimo, abordaram a transposição do Rio São Francisco, política externa, corrupção, entre outros. Bolsonaro prometeu crescimento em um novo governo e comparou o Brasil à China. "Estamos prontos para decolar e fazer o Brasil uma grande nação na economia. Temos o parlamento perfeitamente afinado conosco, mais de centro-direita. Tudo acertado para decolarmos e a economia está sendo carro-chefe. Uma das melhores economia do mundo. Vamos crescer mais do que a China. Temos a inflação menor do que a Europa e Estados Unidos."
Lula acusou o atual governo de inflar o número de empregos. "Na minha época, o emprego era de carteira assinada, CLT. Quero saber quais são os números de emprego com carteira registrada." O ex-presidente afirmou que Bolsonaro "vende facilidade". "Ele não dizia que ia diminuir Imposto de Renda? Eu, sim, defendo isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Só vai pagar Imposto de Renda quem ganha acima disso." Prometeu ainda renegociar dívidas de pessoas no Serasa. "Vamos negociar com varejo, porque o povo sabe que temos compromisso. Não somos aqueles políticos que dão só beijinho, beijinho, tchau, tchau depois da gestão."