A assembleia de governadores do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) se reúne neste domingo (20) para eleger o novo presidente da instituição, e há chances de que o brasileiro Ilan Goldfajn seja escolhido para assumir o cargo.
Fundado há 63 anos, o BID é considerado o maior e mais antigo organismo financeiro multilateral do mundo e financia projetos de desenvolvimento econômico, social e institucional na América Latina e no Caribe. Tem 48 países membros e sede em Washington (EUA).
Se eleito, Ilan Goldfajn será o primeiro brasileiro no comando da instituição. Presidente do Banco Central entre 2016 e 2019, indicado por Michel Temer (MDB), Goldfajn é hoje diretor de Hemisfério Ocidental do FMI (Fundo Monetário Internacional), cargo do qual se licenciou para disputar a eleição do BID.
Seu nome foi indicado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que fez um giro com autoridades do continente em Washington no mês passado, durante as reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial, na tentativa de angariar apoio ao brasileiro.
Ele concorre com outros quatro candidatos: a argentina Cecilia Todesca Bocco, secretária de Relações Econômicas Internacionais da chancelaria do país; o mexicano Gerardo Esquivel, um dos diretores do Banco Central do país; o chileno Nicolás Eyzaguirre, ex-ministro da Economia; e Gerard Johnson, de Trinidad e Tobago, ex-funcionário do BID.
Os candidatos foram alvo de sabatina no último 12, e Goldfajn foi o que causou a melhor impressão entre os concorrentes. Ele enfrenta, porém, um desafio doméstico.
O PT, partido do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, trabalhou para adiar a eleição do órgão e emplacar outro nome que não o do indicado pelo presidente Jair Bolsonaro. O ex-ministro petista da Fazenda Guido Mantega chegou a enviar um email à secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, pedindo que o pleito fosse adiado por 45 a 60 dias.