Os pequenos e médio negócios cearenses que funcionam de forma online tiveram destaque em 2022. No ano passado, esse segmento movimentou a economia local em R$ 150,6 milhões por meio do comércio digital. O montante é 26% superior ao registrado em 2021 (R$ 119 milhões). Os dados inéditos são da 8ª edição do NuvemCommerce, estudo anual sobre o e-commerce e empreendedorismo brasileiro realizado pela Nuvemshop, plataforma para criação de lojas online que é líder na América Latina.
No Ceará, o número de produtos vendidos cresceu 25% em 2022, avanço de 3,2 milhões para 4 milhões. E o ticket médio chegou a R$282,46 (+ 14%). Com esse desempenho, o estado ficou em quarto lugar no ranking nacional, atrás apenas de São Paulo (R$ 1,3 bilhão), Minas Gerais (R$ 289,5 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 189,4 milhões). O levantamento apontou ainda que os segmentos de e-commerce que tiveram maior faturamento durante o ano de 2022 no Ceará foram moda (R$ 115,3 milhões), acessórios (R$ 2,7 milhões), artes (R$ 1,18 milhão) e saúde & beleza (R$ 1,17 milhão).
Na avaliação do economista e membro do Conselho Regional de Economia do Ceara (Corecon-CE), o número é bom e a projeção, com a chegada do 5G só vai aumentar em 2023. “É uma mudança cultural, tanto por parte dos empresários quanto por parte dos consumidores. Nos últimos anos, por conta da pandemia, o comércio digital foi fundamental para movimentar a economia com esse segmento. Há um crescimento cada vez mais acentuado, com número maior de microempreendedores nascendo e vendendo pela internet. Há facilidade maior de acesso ao crédito e isso facilita muito para quem vai começar nessa área. O crescimento não é à toa. Empreendedores cearenses estão tendo a oportunidade de mostrar o seu negócio para o mundo, aumentando as suas vendas e conquistando novos clientes”, disse.
“Nosso estudo aponta que o comércio online segue crescendo no Brasil e, principalmente, nos pequenos e médios negócios locais. Ceará se destacou na pesquisa apresentando crescimento relevante em número de produtos vendidos superior a outros estados”, destacou Luiz Natal, gerente de desenvolvimento de plataforma da Nuvemshop, ao reformar que o Ceará teve boa evolução no e-commerce apesar do ano desafiador.
Perfil do empreendedor e seus desafios
A 8ª edição do NuvemCommerce também apresenta um perfil do empreendedor no e-commerce e os principais desafios enfrentados, a partir de uma pesquisa realizada com empreendedores de todo o Brasil. Um dos destaques, por exemplo, é que o empreendedorismo ainda é uma jornada solitária: 55% das lojas virtuais são administradas apenas por uma pessoa, enquanto 41% possuem de dois a cinco colaboradores. A maioria (72%) não possui loja física. Além disso, o e-commerce nem sempre é o foco total: 41% dos lojistas têm outro trabalho ou fonte de renda além da loja virtual.
Sobre os desafios enfrentados pelas PMEs brasileiras no fim do ano passado, 40% dos empreendedores afirmam que a falta de capital de giro para reinvestir no negócio foi a maior dificuldade. Outros desafios foram a falta de tempo (19%) e conhecer e dominar as ferramentas necessárias para crescer (18%). Além disso, quando perguntados sobre os problemas enfrentados no e-commerce, os empreendedores afirmam que a baixa taxa de conversão (71%) e o alto custo de frete (33%) são os principais, seguidos por carrinhos abandonados (27%).
o Estado Ce