Médicos denunciam problemas estruturais em postos de saúde

Blog do  Amaury Alencar
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Foto: Divulgação/Sindicato dos Médicos

Problemas de infraestrutura e insegurança têm causado incômodo a alguns profissionais dos postos de saúde da capital. Por isso, o Sindicato dos Médicos do Ceará lançou uma campanha com o objetivo de denunciar a situação existente em unidades como Maria de Lourdes, Prof. Monteiro de Morais, Frei Tito, João XXIII, Dr. Pedro Celestino e Anastácio Magalhães. Entre as reclamações estruturais, destacam-se problemas de mofo nas paredes, infiltrações e rachaduras no teto, porém, o sindicato também alertou para a existência de equipamentos danificados e falta de segurança especializada.

De acordo com o presidente da entidade, Dr. Leonardo de Alcântara, no posto Luis Franklin Pereira, no bairro Coaçu, os próprios pacientes já denunciaram situações de insegurança como a “entrada de homens armados na unidade e a rendição de pacientes e profissionais”. O presidente destacou que, no posto João XXIII, no bairro Bonsucesso, há relatos de “muito mofo nas paredes, ferrugem, instalações inadequadas e equipamentos danificados”. Já o Anastácio Magalhães, no bairro Rodolfo Teófilo, estaria com a estrutura física “muito comprometida, com rachaduras e infiltrações, além da falta recorrente de insumos”.

 Nesse sentido, o médico afirma que o atendimento à população vem sendo prejudicado por tais questões, uma vez que criam situações de exposição “aos riscos de doenças respiratórias e desabamento de áreas comprometidas”. “Além disso, desencadeiam numa pior assistência à atenção secundária, terciária e assim por diante. A melhoria nessas situações traria até uma economia de custos da saúde e desafogaria tanto os hospitais secundários quanto os terciários”, pontua o Dr. Alcântara. O presidente lembra também que, de acordo com o Código de Ética Médica, é direito do profissional suspender suas atividades, individuais ou coletivas, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não ofereça condições adequadas para o exercício de suas funções.

O sindicato relata que há ausência de diálogo com a Prefeitura Municipal, que viria sendo notificada desde o ano passado sobre as situações. “Nenhuma solução concreta foi tomada até o momento”, conta o presidente. Leonardo de Alcântara explica ainda que, a demanda do sindicato, é que haja a garantia de que as unidades de saúde irão receber os reparos necessários, de que não haverá escassez de insumos e medicamentos, e que será disponibilizada uma segurança especializada e efetiva. “O que a gente quer, assim como a própria população, é que a área da saúde seja uma prioridade nesta atual gestão municipal”.

Procurada pela Reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que a Secretaria Municipal da Gestão Regional (Seger)  realizou reparos em 29 unidades de saúde da rede municipal em 2021 e 2022. Além disso, de acordo com a SMS, atualmente sete unidades passam por intervenção para realização de melhorias.

A secretaria informou ainda que, entre os postos listados, o Frei Tito, o João XXIII e o Monteiro de Morais já estão na programação de serviços de manutenção da Seger para serem executados ainda em 2023. A Unidade Básica de Saúde Dr. Pedro Celestino Romero, por sua vez, já conta com projeto de reforma estrutural pela Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf) e passará por requalificação da estrutura após finalização do processo de licitação, que deverá ter início até fevereiro.

No comunicado, a SMS também revelou que a Seinf está atuando na elaboração de um projeto para a construção do novo posto Anastácio Magalhães. “A nova Unidade Básica de Saúde contará com infraestrutura completa e adequada para atender às demandas de saúde da população. Quando concluído, o projeto seguirá para licitação para contratação da empresa executora da obra. As intervenções terão início tão logo todo o processo seja finalizado”.

Quanto à segurança, a secretaria pontuou que a Guarda Municipal de Fortaleza realiza rondas nos postos de saúde nos perímetros de suas 15 Células de Proteção Comunitária. Além disso, a nota reiterou que a Guarda Municipal e a Polícia Militar podem ser acionadas pelo número 190.

Por Yasmim Rodrigues

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