As costuras para consolidação de uma base de apoio ao Governo Lula na Câmara Federal continuam como uma das principais agendas dos articuladores do Palácio do Planalto. O Governo montou o Ministério e deixou focos de descontentamento que podem custar mais caro para uma base que dê tranquilidade ao presidente Lula.
Os cálculos feitos entre líderes de bancada indicam que, a poucos dias do início da nova legislatura, o Governo ainda está longe de somar 300 votos na Câmara, o que seria insuficiente, por exemplo, para aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição). A aprovação de uma PEC precisa de 308 votos.
Para o líder do Governo, deputado José Guimarães, do PT, “não se monta governo e base sem conviver com esses problemas, é natural que os partidos aliados e aqueles que vão dar sustentação política ao governo façam seus pleitos’’. É claro que nem tudo que é colocado na mesa, segundo Guimarães, o governo tem condição de atender.
O desafio dos articuladores políticos do Palácio do Planalto é reduzir as resistências ao novo Governo. Um dos focos de preocupação é o União Brasil, que foi contemplado com dois ministérios, mas a maioria dos 59 novos deputados federais não se sentem representados pelos nomes que a sigla indicou para o primeiro escalão do Governo.