A presidente do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), desembargadora Maria Nailde Pinheiro Nogueira, recebeu, nesta sexta-feira (13), comissão de mães das vítimas da chamada “Chacina do Curió”, ocorrida em 11 de novembro de 2015, em Fortaleza. O objetivo da reunião foi ouvir as famílias e esclarecer a tramitação complexa do caso, que envolve 44 policiais militares acusados pelo assassinato de 11 jovens. Um colegiado formado por três juízes trabalha para que todas etapas processuais sejam conduzidas de acordo com os ritos estabelecidos pela legislação penal.
“A instrução tem que ser bem produzida, para que mais tarde não aleguem nulidades junto aos tribunais superiores e os processos voltem ao seu início. Pode demorar, o caso é volumoso, mas tudo precisa ser conduzido com todo o cuidado, para que possa ter efeito”, disse a chefe do Poder Judiciário estadual ao explicar a importância da atuação de todos os envolvidos para dar seguimento às ações. A magistrada ainda se solidarizou com o sofrimento das mães que pedem justiça aos filhos.
As três mães fizeram relatos que emocionaram os presentes e agradeceram a oportunidade de falarem, pela primeira vez, com a Presidência do TJCE, para pedir celeridade para os julgamentos. As mulheres estavam acompanhadas do deputado estadual Renato Roseno, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Assembleia Legislativa do Ceará; da defensora pública Gina Moura, da assistente social Elizângela Gomes Pereira, e da representante do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará, Amanda Oliveira.
O parlamentar agradeceu pela oportunidade e destacou o papel dessas mulheres, “que transformaram o luto em luta por justiça”. Também agradeceu, em nome dos presentes, a atenção e receptividade: “Sou testemunha, como presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, da humanização do Judiciário cearense durante esta gestão. Acolher essas mães nesse momento de tanta dor é mais um exemplo desse compromisso”.
A desembargadora Maria das Graças Almeida de Quental e o juiz Marcos Aurélio Marques Nogueira, titular da 1ª Vara do Júri da Capital, acompanharam o encontro. Ao final, a presidente do TJCE reafirmou a disposição de seguir acompanhando o caso de perto, com zelo e responsabilidade, para garantir, junto às demais instituições responsáveis pela tramitação dos processos, cumprindo as etapas necessárias, para a devida conclusão dos julgamentos.