O ministro Alexandre de Moraes decidiu incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na lista de investigados sobre a autoria dos atos golpistas que resultaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no domingo, 8.
Mais cedo, a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu para incluir Bolsonaro na investigação depois de receber uma representação assinada por mais de 80 integrantes do Ministério Público Federal (MPF). O grupo de procuradores cobrava uma investigação contra o ex-presidente por incitação ao crime.
Assinada por membros do Ministério Público Federal (MPF), a representação sugere que, ao postar vídeo no dia 10 de janeiro, questionando a regularidade das eleições presidenciais de 2022, Bolsonaro teria feito incitação pública à prática de crime. A postagem foi apagada após a veiculação, no dia 11 de janeiro.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, afirma que, ainda que a postagem tenha sido feita após os episódios de violência e vandalismo, as condutas apontadas devem ser investigadas.
Na decisão, Moraes diz que, como consequência da conduta de Bolsonaro, é possível observar o mesmo "modus operandi" de divulgação usada por suposta organização criminosa investigada no inquérito, com "intensas reações" nas redes sociais e a propagação de discursos de ódio.
Depois do pedido da PGR, o advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef afirmou que o Bolsonaro "sempre repudiou todos os atos ilegais e criminosos, e sempre falou publicamente ser contra tais condutas ilícitas". Por nota, ele disse disse que "em todo o seu governo, sempre atuou dentro das quatro linhas da Constituição", mencionando falas comuns de Bolsonaro durante a gestão.
"O presidente Jair Bolsonaro repudia veementemente os atos de os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público cometido pelos infiltrados na manifestação. Ele jamais teve qualquer relação ou participação nestes movimentos sociais espontâneos realizados pela população", afirmou. Bolsonaro é ex-presidente, não sendo mais chefe do Executivo, como o advogado escreve na nota enviada ao UOL.