Máquinas de costura, de cola quente e até de soldar. A preparação das escolas de samba em Juazeiro do Norte, no Ceará, ficam mais intensas com a proximidade do carnaval de 2023. Os aparelhos começam a ser usados de manhã e vão até a madrugada para que os membros consigam deixar tudo pronto.
“A gente almoça aqui, passa a tarde aqui, de noite ainda estamos aqui. Vamos ensaiar, volta, passa a madrugada inteira”, relatou Jhone Barros, presidente da Maracatu Nação Zumbi do Kariri. “É desafiador porque a verba é mínima. O tempo, todo mundo sabe, também é mínimo e a gente tem de trabalhar com o que tem. É tanto que a maioria dos adereços são feitos de papelão, de plástico, coisas que a gente já tem”, disse Ítalo Lima, estilista e figurinista da escola, que neste ano, homenageia a Chapada do Araripe e tradições da cultura popular.
Na escola de samba Siriará, a sala de casa do presidente vira oficina para preparar as fantasias e apetrechos. O tema desse ano da escola é “Orixá Exu”.
“Esse enredo em que a turma inteira decidiu homenagear essa entidade afro surgiu por conta da parceria que a gente tem com a instituição Casa de Mãe Teta – Arte e Cultura, que também vem dos povos de matriz africana”, explicou Felipe Araújo, presidente da escola.
O trabalho dessa época exige da criatividade às habilidades mecânicas, como no caso de Júlio Barbosa, que precisa soldar as estruturas das saias das baianas. Apesar do trabalho braçal, ele releva o cansaço pelo amor envolvido na atividade. “Quando a gente faz com gosto e tem prazer, nada é cansativo. Para mim é uma honra”, declarou o soldador.
G1-CE