Iguatu : Patrícia Gomes, a Mulé Colagista, expõe seu trabalho no Iguatu

Blog do  Amaury Alencar
0




 As pessoas têm até o final deste mês para visitar e conhecer a exposição “Entre armas e agulhas”, trabalho da artista visual Mulé Colagista, como é conhecida Patrícia Gomes. O trabalho, como conta a artista, celebra o espírito da mulher nordestina, com sua capacidade de criar, de se reinventar e ainda manter viva a arte ao contar de suas próprias histórias com o trabalho artesanal através dos fios de algodão e das teias do tempo em colagens de papel.

As peças estão expostas no hall de entrada do Sesc, no Centro de Iguatu. “As composições da exposição “Entre Armas e Agulhas” evocam a imagética de uma mulher sertaneja que viveu o cangaço, sobreviveu e, agora, conta sua história completa: não só de sangue, suor, lágrimas e balas mas da criação através de seu trabalho manual artístico/artesanal”, contou, Patrícia afirmando ainda que “técnicas que atravessam o tempo, de geração em geração, adicionando colorido e beleza à complexidade das tramas da vida, pelas mãos de mulheres que construíram a cultura do sertão nordestino: esse lugar mítico e cheio de lendas fantásticos onde, contudo, e infelizmente, a exploração do trabalho mal remunerado das mulheres artesãs, ainda segue em voga.”

As obras reúnem o trabalho de três mulheres: fotografias de Alexia Duarte, colagens de Patrícia Gomes, e trabalho de bordado e costura de Dalva Gomes, mãe de Patrícia. “Uma mensagem de união de talentos e técnicas. “Entre Armas e agulhas” é uma homenagem em honra a história de todas as mulheres artistas e artesãs do passado”, disse.

Perfil

Patrícia Gomes, a Mulé Colagista, é mulher artista visual e artesã. Assina produções em colagens em papel, arte digital, máscaras e esculturas de papel machê, produção de livros de artista, arte urbana (com colagem de lambe-lambe), produção cultural (design e divulgação para mídias sociais), oficinas artísticas, palestras e rodas de conversa educativas (em artes visuais de/para mulheres).

A artista é natural de São Paulo, nascida na zona sul, porém se mudou em 2009 para o Ceará, tendo Santarém, no município de Orós, como seu lar. Começou seus trabalhos artísticos em 2014 quando participou da primeira formação do Coletivo Chá das Cinco na cidade de Icó. Fez parte do elenco da performance artística Parrhesia Cínica (2015), parte da programação oficial do Festival Icozeiro. Participou como modelo e produção do ensaio e exposição da série fotográfica Tonapele, de Alexia Duarte, parte da programação oficial do Festival Icozeiro, na cidade de Icó, em 2016. Mesmo ano em que fez sua primeira exposição de colagens. Sob o pseudônimo de Randomices Aleatórias, compôs o quadro de artistas visuais da mostra que aconteceu na Casa de Cultura Professor Aldo Marcozi com uma série de trabalhos chamada: “O Abstrato que só eu Sinto”.

Em 2017, passou a integrar a iniciativa Cultura no Largo em Icó (em 2020, escolhido Ponto de Cultura) como artista visual na produção, divulgação de eventos, oficinas e apresentações culturais. Em 2018, participou da produção de um projeto fotográfico chamado “A Mulher no Cangaço”, junto com a fotógrafa Alexia Duarte. Esse trabalho tinha por objetivo resgatar a memória das mulheres que participaram de grupos armados no Nordeste no Dia Da mulher, 8 de março. Em 2019, participou como criadora, produtora, designer da identidade visual e elenco do sarau-espetáculo “Sol da Noite”, promovido pelo Cultura no Largo em Icó. Ainda em 2019, entrou para a formação do grupo de projeção parafolclórico “Caretas do Alto da Bonita” como artista visual. Além de criar e produzir máscaras e figurinos, também participou como brincante e oficineira para difundir técnicas de trabalho com papel machê na cultura popular de tradição.

Em 2020, no Festival Tamarineiras, participou como produtora e designer da identidade visual do evento, todo baseado no conceito da tradicional xilogravura. Durante a pandemia do coronavírus, também fez parte da programação do #TudoemCasaFécomercio com a exposição virtual “A Caixa de Patrícia”. Atualmente integra o Ecossistema Criativo Mostra o Teu, como oficineira. A rede é uma iniciativa para estudantes artistas, designers e apreciadores conheçam, comprem, vendam, troquem artes, projetos e experiências. Ela trabalha como colaboradora e designer na Revista Perpétua, uma revista digital cujo espaço é destinado à discussão de ideias, produção de conteúdo e propagação da expressão cultural independente. É autora de um projeto em andamento chamado Manifesto Colagista, que prioriza e evidencia a técnica de colagem (analógica e digital) como forma LIVRE de expressão artística, além de estudar o Livro de Artista como objeto arte. Também promove rodas de conversas e oficinas que tratem da arte colagem e da vivência da mulher enquanto artista no cenário contemporâneo.

No início de 2021, participou como oficineira do Festival Mostra o Teu, com uma oficina on-line de colagem de papel para construção de um autorretrato. Integrou o elenco do Circuito Cultural Tamarineiras, uma versão on-line do Festival Tamarineiras e que mais uma vez trouxe mulheres de diversas partes do Ceará e de várias linguagens artísticas, para compor a agenda de atrações.

 

                                                             Jornal a Praça 

Postar um comentário

0Comentários
Postar um comentário (0)