Marta fala com naturalidade sobre a possibilidade de não ser titular da Seleção Brasileira

Blog do  Amaury Alencar
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Foto: Thais Magalhães/ CBF

 A Seleção Brasileira vai estrear na Copa do Mundo feminina de futebol na segunda-feira (24) contra a equipe do Panamá. E a maior estrela do time fala com naturalidade sobre a hipótese de não ser titular.

Após 20 anos de Seleção, seis prêmios de melhor jogadora do mundo, chegou a hora da última dança.

“Espero que seja a melhor dança do mundo, né? A melhor dança de todos os tempos”, diz Marta.

A última Copa do Mundo dela pode ser a do primeiro título. A Marta já esteve em cinco mundiais e é a maior artilheira da história da competição com 17 gols. Mas tem vivido algo inédito com esse time da Pia Sundhage.

“Muitas vezes, a gente via equipes bem individuais. Hoje, a gente tem uma equipe muito coletiva”, afirma.
Ela mesma exerce um papel fundamental nisso. Uma líder sem precisar da faixa de capitã, hoje da zagueira Rafaelle.

“Às vezes, eu fico até mal, porque… Imagina! Eu estou sendo capitã de um time com a Marta! Não pode. Se ela entrar, eu já tiro na mesma hora e dou para ela. Não tem como”, conta Rafaelle.

Na Copa da Austrália e da Nova Zelândia, pela primeira vez desde que se tornou a melhor do mundo, a Marta não será uma titular absoluta da Seleção.

“Jamais vou me sentir menos do que qualquer atleta por não estar em dentro de campo. Eu, fora de campo, vou estar ajudando da mesma maneira”, diz Marta.

Pensar no time antes de pensar em si mesma. É um comportamento raro para atletas dessa grandeza. Na Copa do Mundo dos homens, no Catar, por exemplo, um gênio do futebol, amigo da Marta, reagiu mal ao banco de reservas: Cristiano Ronaldo, de Portugal.

“Eu jamais teria esse tipo de comportamento. O Cris é um cara que eu admiro muito e todos sabem e eu nunca neguei a minha admiração por ele, por ser um cara que trabalha muito, se dedica muito. Mas eu não tenho muita vaidade em relação a isso. Se eu vejo que a minha companheira está jogando melhor do que eu, está se destacando, está ajudando, eu quero que ela vá jogar”, afirma.

Tudo o que ela representa tem feito o time trabalhar dobrado. Elas querem dar a Marta o que a seleção argentina masculina deu ao Messi na Copa do Catar: um título mundial para coroar de vez a rainha do futebol.

“A grandeza que ela tem dentro e fora de campo é inexplicável. Para a gente estar dividindo esse momento com ela é mais um sonho”, diz Debinha.

Sete jogos separam o grupo desse objetivo. O primeiro contra o Panamá, na segunda-feira (24).

“Eu quero estar participando desse momento, porque é um momento único. É muito especial e eu tenho certeza de que o povo brasileiro vai ficar muito orgulhoso da gente”, afirma Marta.

G1

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