Os Museus Orgânicos, um projeto que nasceu da necessidade de fortalecer a memória do povo cearense, agora são certificados como Ponto de Memória, de acordo com portaria nº 579, do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), do Ministério da Cultura, publicada no dia 29 de julho. A medida, além de reconhecer a relevância histórica, cultural e social desses espaços, também garante a proteção e promoção dos Museus Orgânicos para as gerações presentes e futuras.
De acordo com o Ibram, o certificado comprova que os Museus Orgânicos desenvolvem “programas, projetos e ações de museologia social, pautadas na gestão participativa e no vínculo com a comunidade e seu território, visando à identificação, registro, pesquisa e promoção do patrimônio material e imaterial, contribuindo para o reconhecimento e valorização da memória social brasileira”.
Segundo Alemberg Quindins, gerente de cultura do Sesc, os Museus têm um papel fundamental na preservação da memória coletiva, pois guardam histórias e experiências significativas das comunidades locais, revelando aspectos da identidade cultural do País. Dessa forma, a certificação confere visibilidade e credibilidade às instituições, promovendo o turismo cultural e atraindo visitantes interessados em conhecer a história e a diversidade do Brasil.
“Ao certificar um ponto de memória, o Ibram também contribui para o desenvolvimento sustentável das regiões em que se encontram. O reconhecimento oficial fortalece o compromisso das autoridades e da sociedade civil com a preservação e o investimento em projetos culturais, fomentando a criação de empregos e a geração de renda através do turismo cultural”, pondera.
Alemberg informa ainda que a certificação incentiva a adoção de boas práticas de gestão, conservação e museologia, elevando a qualidade das instituições e possibilitando a cooperação com outros museus e organizações culturais. “Essa colaboração facilita a troca de conhecimentos e experiências, enriquecendo o setor cultural e ampliando sua relevância na sociedade”, complementa.
Mudanças trazidas com o certificado
De acordo com Alemberg, a certificação do ponto de memória pelo Ibram pode trazer diversas mudanças positivas para a instituição, bem como para a comunidade e o público em geral. Algumas das principais mudanças são: reconhecimento oficial, acesso a recursos e a financiamentos, profissionalização da gestão, colaboração e parcerias, turismo cultural e responsabilidade social.
“Em suma, a certificação pelo Ibram pode impulsionar a instituição a alcançar um novo patamar de excelência, tanto em termos de conservação e preservação do patrimônio cultural, quanto no estabelecimento de um papel mais relevante na sociedade, promovendo o acesso à cultura e a valorização da história e identidade das comunidades envolvidas”, destaca.
O último Museu Orgânico a ser inaugurado, a Casa de Doces João Martins, carrega a tradição da cultura do doce, além da sua autenticidade e originalidade. Sebastião Oliveira, administrador do local, afirma que o título de Museu Orgânico trouxe mais visibilidade e curiosidade sobre como são feitos os doces. “O público aumentou bastante. Estamos muito felizes e gratos. A visitação também aumentou, as pessoas querem conhecer como faz o doce artesanal, que é feito a lenha, e querem ver o processo. Cada dia que passa só vem melhoras”, comemora.
Museus Orgânicos
Os museus orgânicos são casas, oficinas e espaços dos mestres da cultura popular. Nessas moradas, encontram-se objetos pessoais, fotografias, vestimentas, instrumentos e tudo que marca o dia a dia e consolida as manifestações tradicionais. O projeto ressignifica o território, transformando em lugares de memória afetiva com possibilidade de visitação e movimento do turismo local.
O projeto nasceu com o amadurecimento da parceira com a Fundação Casa Grande, localizada na cidade de Nova Olinda, para o fortalecimento de uma rede formada por lugares de memória, sendo o Sesc um ativador desses espaços.