Referência na região Nordeste pelas velas de pano, a Praia da Caponga, localizada em Cascavel, a 62,9 km de Fortaleza, será palco da 26ª edição do evento Regata de Jangadas, entre os dias 1º e 3 setembro. Cerca de 135 jangadeiros devem participar da competição neste ano.
Por meio da temática "Praia Esportiva", a Associação dos Empreendedores de Turismo, Artesanato e Cultura de Cascavel (Assetuc), com apoio da Secretaria do Esporte do Ceará (Sejuv), da Colônia de Pescadores Z10 e da Prefeitura Municipal de Cascavel, busca incentivar a prática de esportes tanto aquáticos como terrestres (na areia), além do fortalecimento da cultura do jangadeiro no Estado.
Diversas atividades gratuitas estão protocoladas, como passeios de jangada, competições de surfe feminino e infantil, futmesa, futevôlei, vôlei de praia, beach tennis e futebol de areia.
Além disso, em parceria com o Projeto Surf Escola, aulas gratuitas de surfe serão realizadas em turmas, nos períodos matutino e vespertino, para 20 pessoas.
A estrutura do evento também contará com um túnel na entrada equipado com um umidificador industrial para porporcionar sensação refrescante. Em 2023, a expectativa da organização do evento é que mais de cinco mil pessoas, somando competidores e visitantes, compareçam ao evento.
Na sexta, 1° de setembro, apresentam-se as bandas Baila Comigo e Banda Reite. No sábado, 2, haverá shows dos grupos Newchoro, Sedusamba e banda O Verbo. No último dia, haverá forró e reggae com as bandas Forró da Boa, Fauzi Beydoun (Tribo de Jah) e Carlinhos Nação.
A participação nas modalidades esportivas e na regata de jangadas é aberta ao público, com inscrições gratuitas pelo site, e-mail ou WhatsApp do evento, ou nas tendas que estarão espalhadas no local durante a programação.
O diretor da Assetuc, Mamede Rebouças, ressalta a importância do evento para a Praia da Caponga. "O evento, além de fortalecer a cultura das jangadas, incentiva a economia local. Queremos retomar o turismo na praia da Caponga que, por muito tempo, foi uma das praias mais procuradas pelos turistas", afirma.
Francisco de Assis Filho, 53, presidente da Colônia Z10, conta como a relação com a pesca mudou sua vida. Os pais não queriam que ele fosse pescador. Aos 19 anos, era segurança, mas a vontade de ser pescador nunca saiu da mente. Após dois anos de trabalho, largou a atividade para ser pescador. Hoje, como presidente da Colônia, representa dez mil pescadores de Cascavel.
Sempre em Cascavel, Caponga, Balbina, Águas Belas e Barra Velha, ele teve oportunidade de participar de regatas com amigos da velha guarda, já aposentados. "Aprendi muito com eles.", afirma.
Com a rotina, comprou uma embarcação e começou a participar de competições. "Só aqui na Caponga, já participei de mais de umas 20 regatas. Já participei de outras em outras praias, todas as praias no nosso litoral aqui eu estou participando das regatas."
Ele compara o evento ao Dia de São Pedro — padroeiro dos pescadores —, mas diz que a festa maior do pescador é a da Regata, porque enquadra todo pescador do Litoral Leste cearense. "É uma confraternização grande do pescador, mesmo tendo essa grande rivalidade, é o dia que todos os pescadores se encontram em uma praia onde vai ser o evento para festejar, a regata simboliza a festa do pescador, não é só a Caponga em si, são todas as praias envolvidas", afirma ele.
O amor pela pesca
Francisco de Assis Filho cultiva o amor pela pesca, mas também acredita que falta incentivo para a área continuar viva, principalmente entre os jovens. Ele ressalta que tenta engajar e enquadrar outros trabalhos. "Não é que a pesca esteja ruim, mas falta engajamento, organização e interesse [do poder público]."
"Nunca vou dizer que a pesca é ruim. Se eu possuo alguma coisa, é graças à pesca. Tive vários trabalhos, mas nunca me deram nada. A pesca me deu tudo que eu tenho. O sustento da minha família vem da pesca. A minha esposa é professora, também ajuda bastante, mas a maior parte vem da pesca", explica ele.
A paixão pela regata é expressada por outro meio por Kennedy Borges: a arte. Kennedy começou a pintar aos 14 anos, por influência do irmãos mais velho, no entanto, apenas aos 18 anos começou a pintar jangadas.
Nesta edição, ele pintou 19 das 30 velas dos participantes no evento.
"É bonito, dá prazer. A pintura ajuda, mas é só uma vez por ano o evento. Faço outros tipos de pintura o resto do ano. Pintar uma vela é diferente de outras pinturas. A gente faz a medida, risca, e depois é só encher de tinta látex. Quem decide o desenho é a comissão. Na regata, você sempre tem que ser perfeito", aponta Kennedy. (Colaborou Carlos Enrique / Especial para O POVO)
Serviço
26ª Regata de Jangadas da Caponga
Quando: 1º a 03 de setembro
Onde: Calçadão da Praia da Caponga
Mais informações: (85) 99742 5761 (WhatsApp)
Inscrições: regatadacaponga.assetuc.com ou assetucce@gmail.com
Cronogramas de atividades esportivas
CATEGORIAS: FEMININO, PROJETO SURF INICIANTES, PROJETO SURF AVANÇADO OPEN DE BODYBOARD
Dia 1º/9 (sexta-feira)
Das 8 às 11 horas - CLASSIFICATÓRIAS
Das 13 às 16h horas - CLASSIFICATÓRIAS
Dia 2/9 (sábado)
Das 8 às 11 horas - FINAL
Das 13 às 16 horas - FINAL
APRESENTAÇÃO DE KITESURFE
Dia 2/9 (sábado)
Percurso: Águas Belas à Caponga
Saída às 16h30min de Águas Bel
REGATA DE JANGADAS
Dia 3/9 (domingo)
11h - BATERIA I “CAPONGA E ÁGUAS BELAS UM SÓ DESTINO”
13h - BATERIA II “ROTA DAS FALÉSIAS”
PROGRAMAÇÃO MUSICAL
Dia 1°/9 (sexta-feira)
18h - Banda Baila Comigo
20h - Banda Reite
Dia 2/9 (sábado)
17h30min - Newchoro
19h - Sedusamba
20h30min - Banda O Verbo
Dia 3/9 (domingo)
11h - Forró da Boa
14h - Vitin
16h - Carlinhos Nação
o Povo