Após conflito entre PM e indígenas, Governo de SC fecha maior barragem do Estado

Blog do  Amaury Alencar
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Momento do conflito entre policiais e indígenas em barragem de SC

Momento do conflito entre policiais e indígenas em barragem de SC Crédito: Reprodução/Redes Sociais


As duas comportas da Barragem Norte de José Boiteux — a maior contensora de cheias de Santa Catarina — que fica localizada em território indígena do povo Xokleng Os indígenas Xokleng, de Santa Catarina, foram duramente combatidos e quase dizimados por "bugreiros", como eram conhecidos no Sul do Brasil milicianos contratados para atacar indígenas (ou "bugres", termo racista que vigorava na região naquela época) , no Vale do Itajaí, foi fechada na tarde deste domingo, 8. A ação trouxe conflitos entre os residentes e policiais civis desde a noite de sábado, 7 até a manhã do dia seguinte.  

As comportas do reservatório não era utilizadas desde 2014, e ficaram abertas até as primeiras horas da manhã deste domingo.


Antes de efetivar o fechamento, registros mostram agentes da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) e da Polícia Federal (PF) disparando bombas de gás lacrimogêneo contra um pequeno grupo de indígenas Determinados integrantes do povo Xokleng são contrários ao fechamento da maior estrutura de contenção de cheias do Vale do Itajaí porque isso provocaria a inundação do território e, consequentemente, o alagamento de residências nas aldeias mais baixas.
 que se opuseram à decisão. As imagens também evidenciam manifestantes atacando uma viatura da Defesa Civil estadual.

Segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBMSC), três indígenas foram baleados e encaminhados ao hospital. O estado de saúde deles ainda não foi divulgado. 

Diante da situação, o coronel Fabiano de Souza, comandante geral do CBMSC, explica que o fechamento da barragem visa a preservar a segurança de milhões de pessoas que vivem logo apos a jusante da barragem.

"As terras indígenas, que ficam acima da barragem, assim como todo o resto do Estado, são afetados por conta de operação e naturalmente, mesmo sem a operação, com a elevação do nível do reservatório. As inundações provocam problemas para todo mundo, e nesse momento a gente precisa ajudar a todos, tanto indígenas como toda a população que reside após a barragem de José Boiteux", traduz.

O comandante geral da PMSC, coronel Aurélio José Pelozato da Rosa, revela que, nas negociações com as lideranças indígenas para garantir o fechamento das comportas de José Boiteux, foram feitos pedidos, como ambulâncias, barcos, médicos e milhares de cestas básicas ao povo, e, segundo ele, todos foram "prontamente atendidos". 

No vídeo da entrevista com o comandante é apresentada uma conversa entre o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), e o cacique Setembrino por videochamada, na qual o político pede uma negociação pacífica.

"Durante o cumprimento, avistamos cenas de um pequeno grupo que ficou na casa das máquinas, onde era o ponto chave da operação, para que o equipamento vandalizado fosse consertado. Pouco após, o grupo se encontra com nossos policiais, que cuidavam das viaturas e começam a atacá-los, tentando tirar as armas deles". 

Pelozato confirmou isto publicamente pois o próprio cacique Setembrino Camlem foi contatado, e, na ligação, afirmou ao comandante que iria punir os envolvidos.

“A Polícia Militar não sai para rua para entrar em confronto com ninguém. A operação era pacífica até que este pequeno grupo resolveu atacar os policiais. Nós protegemos as pessoas, é isso que fazemos”, encerra Pelozato.

                                     o Povo 

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