Na noite desta quarta-feira (04/10), a cidade de Santa Quitéria celebrou em um momento histórico a reabertura do Museu Monsenhor Luis Ximenes Freire, que estava fechado ao público desde abril para uma reforma no seu interior e também restaurações de suas peças. O espaço é o único museu existente na cidade, e que possui o intuito de reverenciar a memória e preservar a trajetória do religioso que foi pároco por mais de 40 anos em nosso território.
O Museu estava em um estado deplorável, enfrentando problemas sérios como infiltrações, deterioração do teto e danos às peças de seu acervo. Esta foi a primeira grande reforma no espaço em 29 anos. Lamentavelmente algumas peças tiveram perdas totais, mas parte do acervo foi restaurada com um certo cuidado, de forma a recapturar sua essência e transmitir aos visitantes, o apreço que o Monsenhor tinha pelos trens e pelas artes.
A solenidade de reabertura contou com a presença de dezenas de pessoas da comunidade, bem como da prefeita Lígia Protásio, pároco Pe. Fábio Nascimento e do secretário de cultura Euclides Junior.
Entre os itens expostos para visitação, estão registros do seu paroquiato, homenagens recebidas, vestimentas, exemplares dos livros publicados por ele, poemas, miniaturas de trens e ex-votos como agradecimento a promessas alcançadas. Fundado por um grupo de mulheres (em sua maioria hoje falecidas) que depois viria a se tornar Associação Cultural, o equipamento é administrado em conjunto pela Prefeitura e Paróquia de Santa Quitéria.
“Logo no início quando assumi na pasta, a secretaria teve esse desafio, onde reformamos, reorganizamos, ajeitamos as peças, restauramos quadros e hoje estamos devolvendo para a população, esse equipamento que carrega um pouco da história de cada um e do Monsenhor Ximenes nesta cidade”, destacou o secretário Euclides, sobre o estado crítico em que se encontrava o museu antes e como ele foi melhorado.
A prefeita Lígia incentivou a população a se aprofundar na história de Luís Ximenes, a partir das visitações, de forma a manter viva a chama da fé, da cultura e do legado que marcou e marca Santa Quitéria até os dias de hoje. “Temos que ter um olhar sensível, de reviver e mostrar para as pessoas que vale a pena, a gente está adorando e querendo cultivar a cultura do nosso município. O Monsenhor faz parte da cultura quiteriense, é uma pessoa que deixou um legado importante e temos que valorizar isso”, enfatizou.
Para Humberto Sales, que estuda a vida do monsenhor há décadas e também documenta histórias e fotografias, “esse maquinista foi um divisor de águas em Santa Quitéria no mecanismo da fé, permanece sendo um ícone histórico, social, religioso e de extrema relevância no campo poético e teológico e me sinto muito feliz e realizado com esta ação da restauração, para o santo que o nosso povo já canonizou”.
Ainda durante o evento, foi anunciado o envio de um projeto de Lei para a Câmara para tornar o 4 de outubro, que já é um feriado municipal do aniversário de morte, ser oficializado como Dia Municipal da Cultura Quiteriense e assim, anualmente nesta data, os artistas locais se reunirem para apresentações e manifestar respeito e valor aos fazedores de cultura, em suas variadas formas.
A voz de Santa Quitéria