“Avance duas casas se você protegeu um animal ameaçado de extinção” ou “fique uma rodada sem jogar por causa de um incêndio”. Esses e outros comandos fazem parte do “Somos a Floresta”, um jogo de tabuleiro que visa incentivar o cuidado com a natureza de forma lúdica e didática e debater a conservação do meio ambiente em escolas. A iniciativa é uma ação do projeto No Clima da Caatinga (NCC), realizada pela Associação Caatinga (AC) e patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, com o apoio de mais quatro projetos socioambientais: Florestas de Valor, Raízes do Puru, Semeando Água e Viveiro Cidadão.
“O ‘Somos a Floresta” é uma ferramenta de educação ambiental que visa não apenas a transmissão de conhecimentos, mas também estimula a mudança de atitudes e comportamentos relacionados às questões ambientais”, enfatiza Marília Nascimento, coordenadora de educação ambiental da AC.
A Associação Caatinga irá distribuir exemplares do jogo para as escolas que estão localizadas nas comunidades rurais dos arredores da Reserva Natural Serra das Almas, unidade de conservação privada gerida pela Associação Caatinga desde 2000 com o apoio do projeto No Clima da Caatinga. A área protegida está localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). Além disso, o jogo também está disponível para ser baixado gratuitamente no site do projeto.
Aidee Araújo, agente de educação ambiental da AC e uma das idealizadoras da ferramenta, explica que o “Somos a Floresta” pode ser uma estratégia eficaz para professores que querem levar a temática da conservação ambiental para dentro da sala de aula. “Esse jogo proporciona uma abordagem didática focada em diversas questões ambientais para envolver os alunos de forma interativa e promover pensamento crítico, uma vez que crianças e jovens também aprendem brincando”. O “Somos a Floresta” é indicado para crianças acima de 6 anos de idade e pode ser jogado por até quatro pessoas ao mesmo tempo.
Os cinco projetos socioambientais envolvidos fazem parte da “Carteira Clima” do Programa Petrobras Socioambiental. O objetivo dessa rede é patrocinar projetos que buscam conservar e recuperar florestas e áreas naturais em todo o Brasil com foco na remoção e manutenção dos estoques de carbono, além da mitigação dos efeitos do aquecimento global.
“Por meio da Carteira Clima, esses cinco projetos dividem informações, desafios, experiências e, inclusive, têm a oportunidade de produzir um jogo de tabuleiro como o ‘Somos a Floresta’, então é muito gratificante ver essa rede funcionando e potencializando nossos resultados em busca de um meio ambiente protegido”, afirma Marília Nascimento.
Realizado desde 2011 pela Associação Caatinga, o projeto busca contribuir para a mitigação dos efeitos do aquecimento global por meio de ações de conservação na Caatinga. A iniciativa trabalha em prol da adaptação climática de comunidades rurais do semiárido e da proteção dos recursos hídricos, das florestas e do tatu-bola (Tolypeutes tricinctus). O projeto atua em sete eixos temáticos: criação de unidades de conservação, restauração florestal, disseminação de tecnologias sustentáveis, educação ambiental, apoio a políticas públicas, pesquisa científica e comunicação.
O projeto é desenvolvido pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), atua no bioma Amazônia, no estado do Pará, especificamente nas regiões sudeste, em São Félix do Xingu, e norte do estado, nos municípios de Alenquer e Oriximiná. Opera com três pilares fundamentais: sociobiodiversidade, bioeconomia e agroecologia. Atua disseminando tecnologias produtivas de baixo impacto e boas práticas de produção (Agroecologia; SAF; Extrativismo); apoiando a estruturação e escala das cadeias da sociobiodiversidade; agregando valor aos produtos do território para acesso a mercados diferenciados; estruturando negócios comunitários de impacto com foco na bioeconomia; e fortalecendo o desenvolvimento territorial e a autonomia das comunidades.
O projeto é parte integrante de uma trajetória de trabalho da Operação Amazônia Nativa (OPAN) junto aos povos indígenas das regiões sul e sudoeste do Amazonas desde a década de 70. A iniciativa busca contribuir para a qualidade de vida dos povos indígenas, conservar a biodiversidade e mitigar as mudanças climáticas. O projeto apoia os povos Apurinã, Jamamadi, Banawa e Paumari, na bacia do Médio rio Purus, Deni e Kanamari do rio Xeruã, na bacia do Médio rio Juruá, na gestão ambiental e na proteção de seis Terras Indígenas.
O projeto é uma iniciativa do IPÊ - Instituto de Pesquisas Ecológicas e visa estabelecer um equilíbrio positivo no acúmulo de carbono na biomassa em comparação com as emissões atmosféricas, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas e o fortalecimento da segurança hídrica no Sistema Cantareira. Isso é realizado por meio de estratégias integradas, como restauração ecológica, uso sustentável do solo em propriedades rurais, capacitação, educação ambiental e influência em políticas públicas. Essas iniciativas trazem benefícios para todos que dependem do Sistema Cantareira para o abastecimento de água potável.
O projeto é desenvolvido pela Ação Ecológica Guaporé - Ecoporé, é referência no centro-sul de Rondônia, focado em adequação ao código florestal, proteção de recursos hídricos, educação ambiental, produção sustentável e inovação. O projeto busca ampliar as ações de recomposição florestal de áreas da Amazônia, promovendo o incremento de estoques de carbono, redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE), formação de corredores ecológicos e promoção da biodiversidade, por meio de ações educativas, envolvendo pequenos agricultores, mulheres, povos indígenas, comunidades tradicionais, negros e crianças em primeira infância.