Quem pode, evita andar pela Avenida Dr. Carlos Roberto Costa, (Perimetral), trecho da CE 060 que passa por Iguatu. Já quem tem ou é a única opção de acesso para bairros e centro da cidade, tem que trafegar com cautela. Quem enfrenta a via, já não sabe mais o que fazer diante de tantos transtornos.
Na quinta-feira, 23, a obra completou 2 anos e apresenta muitos atrasos. “É o jeito ter que enfrentar isso todo dia. Não tem nem como evitar, porque é rota para o meu trabalho. Passo por aqui 4 vezes por dia. Venho cortando por algumas ruas até mais distante, para pegar um trecho curto da Perimetral. Aqui estamos sujeitos a tudo, principalmente acidentes, como já aconteceram vários. Da poeira e dos buracos não tem nem o que falar. Infelizmente, dois anos e esse descaso aqui com Iguatu continua. Essa é a realidade. A gente vê um pessoal trabalhando, mas parece que não anda. Está amarrada essa obra?”, lamentou um funcionário público que preferiu não ser identificado.
Se para quem trafega pela via é ruim, a situação ainda é mais crítica para quem trabalha ou mora próximo a ela. O comerciante Ângelo Sena, que tem uma borracharia no trecho, é dos resistentes que ainda busca manter o comércio, mesmo com muitos prejuízos e transtornos. Pelo menos, segundo ele, três empresas vizinhas fecharam as portas ou mudaram de lugar por conta da obra. “No trecho aqui ficou a gente e a farmácia aqui vizinha. Soube que lá queimaram duas centrais de ar por conta dessa poeira. Outros comércios vizinhos também fecharam as portas. Eu tô pra desistir também. Meu comércio caiu mais 60% nos serviços. O pessoal evita andar por aqui. Eles estão certos. Andar por aqui é prejuízo”, destacou o comerciante esperando que a situação melhore. “São dois anos de sofrimento. Não só pra gente aqui, mas é na avenida toda, de uma ponta a outra. Mais para cima, do lado da linha para lá, muitas empresas fecharam, outras estão também na resistência”, pontuou.
Por enquanto a obra que seria para melhorar o tráfego na região, com urbanização, revitalização, modernidade, inclusive substituindo o asfalto por piso de concreto intertravado, segue não concluída, situação que aumenta a incerteza para moradores. “Espero que saia dessa sensação que não anda. Não tem quem aguente os prejuízos com transportes, muita poeira na cara. Espero que um dia a gente veja terminada”, complementou a aposentada Francisca Diassis, moradora do bairro Filadélfia, que sempre passa pela avenida e tem sua rotina prejudicada pelo atraso na entrega da obra, nesses dois anos desde quando foi iniciada no dia 23 de novembro de 2021.
Diante dessa situação, com tantos atrasos, inclusive com anúncio em rede social pelo próprio Governo do Estado, que a empresa atual que vem executando a obra, seria substituída, mas até o momento continua fazendo os serviços.
A obra
A Superintendência de Obras Públicas – SOP explicou em nota sobre o andamento dos serviços e situação da obra de restauração da avenida. De acordo com a SOP, as obras de restauração da Avenida Perimetral estão em andamento com 40% de execução, com frentes de trabalho nos serviços de drenagem, terraplanagem e pavimentação em piso intertravado. Ainda de acordo com o órgão público vem acompanhando o trabalho por meio do 9º Distrito Operacional, que inclusive, chegou a notificar o consórcio responsável pela obra por descumprimento dos prazos estabelecidos. Desde então, os responsáveis vêm se comprometendo a aumentar o efetivo e as frentes de serviço.
A obra de restauração da avenida é dividida em dois trechos: do início da Avenida Perimetral ao entroncamento com a CE-375 e do entroncamento da CE-375 com a ponte sobre o rio Jaguaribe, tem investimentos no valor de R$ 20.762.746,80, custeado pelo governo estadual. Ainda de acordo com o órgão público, a complexidade da obra, além de procedimentos relacionados à desativação de uma adutora e os períodos de quadra chuvosa, resultaram no maior tempo de execução dos serviços.
Jornal a Praça
