No dia 16 de fevereiro, os presos chegaram a fazer uma família refém em um local a 15 km da prisão. Segundo fontes da RECORD, os criminosos invadiram uma casa, onde ficaram por cerca de quatro horas, pediram comida e roubaram um celular. Em seguida, deixaram o endereço.
Aproximadamente 500 homens estão envolvidos nas operações de busca pelos criminosos. A Força Nacional foi autorizada a participar das buscas, entre 23 de fevereiro e 22 de abril.
Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça
DIVULGAÇÃO/SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PENAISA penitenciária de Mossoró tem quatro agentes de execução penal para cada preso, em média. Os dados, que são do Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), foram coletados pelo R7. Pelos números oficiais, o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 249 (16,7%) estão lotados em Mossoró.
A prisão de segurança máxima abriga 68 detentos — segundo menor número de presos de uma penitenciária federal, atrás apenas da unidade de Brasília (DF). O presídio tem quase quatro vezes mais servidores desse tipo do que detentos, proporcionalmente.
Segundo as investigações, Rogério e Deibson são ligados ao Comando Vermelho. Os detentos tiveram acesso a ferramentas usadas na reforma pela qual a unidade passa. A fuga é a primeira desde a implementação do SPF (Sistema Penitenciário Federal) no Brasil, em 2006.
Buraco na cela por onde presos fugiram
MATERIAL CEDIDO À RECORD - 14.02.2024Os dois fugiram pela luminária que ficava em uma parede lateral da cela. Após atravessar a abertura, os fugitivos escalaram o shaft — vão interno para passagem de tubulações e instalações elétricas — até o teto, onde quebraram uma grade metálica e chegaram ao telhado da prisão.
"Em vez de a luminária e o entorno estarem protegidos por laje de concreto, estava fechada por um simples trabalho comum de alvenaria. Outro problema diz respeito à técnica construtiva e ao projeto. Quando os fugitivos saíram pela luminária, entraram naquilo que se chama de shaft, onde se faz a manutenção do presídio, com máquinas, tubulações e fiação", explicou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski.
"É uma questão de projeto. Quem fez deveria ter imaginado que a proteção deveria ter sido mais eficiente", disse o ministro. Para Lewandowski, o fato de a ação dos criminosos ter ocorrido na madrugada da terça de Carnaval para a Quarta de Cinzas pode ter facilitado a operação, porque as "pessoas costumam estar mais relaxadas" nesse período.
Após ultrapassar os obstáculos, os criminosos encontraram ferramentas utilizadas na reforma do presídio. Em seguida, Deibson e Rogério se depararam com um tapume de metal que protegia o local reformado e fizeram uma brecha na estrutura. Depois, com alicates usados na obra, cortaram as grades que os separavam do mundo exterior
R7