Fortaleza : Dança, uma paixão que ultrapassa gerações; conheça a história da academia Tereza Passos

Blog do  Amaury Alencar
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 Desde os tempos da pré-história a dança está presente na cultura e na vida da humanidade, sendo ela, uma expressão artística que usa o corpo como instrumento de linguagem. Por meio de seus diversos estilos, ela é capaz de contar histórias, despertar emoções e transmitir mensagens profundas. Além disso, a dança exerce um papel fundamental nas questões sociais, tornando-se uma poderosa ferramenta para a reflexão e transformação da sociedade.

A dança, como forma de expressão artística e social, ultrapassa fronteiras unindo corpos e ideias. Ela nos presenteia com uma linguagem que vai além das palavras e nos permite compartilhar nossas mais profundas emoções e pensamentos, tornando-se uma paixão para muitos e podendo ser passada de geração, como é o caso de Tereza Passos que herdou a paixão pela dança mais precisamente pelo balé clássico de sua mãe, Regina Passos a pioneira dessa modalidade no Ceará. Segundo Tereza, ela ficava quietinha observando sua mãe dar aulas.
“Dizem que essa minha paixão começou pequeninha, eu ficava na sala da minha mãe, sentada vendo ela dar aula e não me cansava. Eu participei do Festival dela com 3 anos de idade, coisa que naquela época não existia, uma criança participar de um festival com aquela idade. Creio que já era eu aperreando-a, porque eu com 3 anos, ela fazer um negócio desses, pois ela não aceitava criança pequena fazer balé antes dos 5, 6, e eu fiz o festival dela com 3. É uma paixão grande, nunca deixei, nunca dei um tempo, um intervalo sempre fiquei com ela, acompanhei todos os locais que ela ia, pois a academia não era só em um espaço.”, afirma Tereza.
Por mais de duas décadas, Tereza Passos, coordenou as atividades da academia de sua mãe. Em 2010, Tereza decidiu fundar sua própria escola, levando consigo a responsabilidade de uma tradição que ultrapassa três gerações. Com as filhas, Juliana e Roberta, a Academia Tereza Passos mantém a dedicação e o ensino no estado do Ceará.
“Primeira geração foi a Regina Passos. Segunda geração foram as filhas da Regina; que é a mamãe (Tereza), Cláudia e Vera; terceira geração são as netas, tem eu, tem a Roberta, tinha a minha irmã mais velha que saiu, tem a Michelle Borges que também não está mais no ramo, e agora tem a Alice”, destaca Juliana Passos.
Assim como sua mãe, Tereza pode ver essa paixão pela dança passar para suas filhas e junto com elas, o legado da família continuar. Ela se sente muito orgulhosa, em ver o zelo que cada uma tem em suas funções. Além disso, ela também pode ver sua neta já trilhando os meus caminhos, conquistando troféus.
“É o maior orgulho que eu tenho, por que elas acompanharam, desenvolveram esse dom, que nasceu lá da minha mãe e agora desenvolver para minha neta, eu tenho o maior orgulho delas. É lindo de ver isso, uma trabalha aqui como gerente, como diretora que é a Roberta, sem ela aqui nada daria. A Juliana, trabalha na parte braba de ser professora, de bolar festival. Então, eu tenho o maior orgulho. E minha netinha, ela já despontou que tem muito jeito para hip hop, jazz, ballet, ela vai ter 3 modalidades aí para seguir, mas eu preferia que fosse o ballet”, relata.
Além de ser professora, Juliana é responsável por organizar os festivais. Para ela, a dança não é apenas uma paixão passada de mãe para filha, de neta para avó, mas sim um elo que une cultura, momentos e acima de tudo pessoas.
“Conseguimos muita coisa por meio da dança. Eu tenho amigas devido à dança, eu tenho viagens internacionais por causa da dança. Tem muitas coisas que a dança nos traz, que são incríveis e realmente levam para vida. Eu tenho memórias que eu nunca vou esquecer realmente”, diz.
Diferente de sua irmã Juliana, Roberta seguiu outro caminho diferente, fez uma faculdade em outra área, trabalhou em outro segmento, apesar de ter feito dança por muitos anos. Porém, viu esse amor de gerações gritar mais alto tanto no seu coração, como em sua filha Alice, que já segue os passos das mulheres da família. Atualmente, Roberta cuida da parte financeira da academia.
“Eu sempre fiz dança, por muitos anos, mas não segui de imediato a linha da dança, como professora. Eu fiz uma faculdade que era totalmente o oposto da dança, trabalhei também com uma área que não tem nada a ver com a dança, mas em algum momento, a dança que tá na veia, no sangue da família me puxou de volta. Então aqui, a gente começou juntas, esse amor que era de berço, ele voltou, aflorou. E então, estou aqui, porém, numa área diferente, eu fico na administração, na parte onde está evidenciada tanto a dança, como de competições, festivais, estar a frente nos palcos, eu estou numa parte que está organizando, mais na parte administrativa. Entretanto, tem a minha filha que é do palco. Ela faz jazz, ballet, hip hop e sapateado”, afirma Roberta.

Academia Tereza Passos
Com 13 anos de existência, a academia carrega consigo, uma grande bagagem do ballet clássico. Conforme Tereza, o clássico é a porta para outras modalidades, é por meio dele que os outros se completam. “Tudo sai do clássico. O clássico é a mãe da dança, então é tudo mais fácil quando sai do clássico, o jazz contemporâneo, tudo flui com mais facilidade quando tem a base clássica. Tanto é, que antes dos alunos fazerem só jazz, eles têm o clássico para ter uma base melhor para o que está fazendo”, diz.
Todos os anos a academia Tereza Passos participa de competições dentro e fora do Ceará, colecionando troféus das inúmeras competições, como CBDD, Passo de Arte Norte Nordeste, Fendafor, Hacia La Fama (Paraguai). “As competições têm que ter em todas as academias, porque é uma coisa que esquenta a academia, aquece o coração das meninas e também o nosso. É bom ver essas meninas competirem, tirar primeiro lugar, se bem que a gente vai querendo o primeiro lugar, mas não alimenta muito isso na cabecinha delas. O que eu acho legal é ter a competição dentro delas, elas competirem com elas mesmo, sabendo que essa competição está sendo um trampolim para melhorarem ainda mais, fazendo com que cresçam cada vez mais”, afirma Tereza.
Uma das mais recentes conquistas da academia, foi ver uma de suas alunas aprovadas na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Uma aluna que a gente tem, que está lá na Academia Bolshoi, no Sul. Ela foi para Joinville, fez audição, passou”, finaliza Tereza Passos.

Por Dalila Lima

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