Falhas estratégicas e demora para reação dificultam a captura dos dois fugitivos da penitenciária federal de Mossoró (RN), dizem especialistas em segurança pública ouvidos pelo R7. Para o especialista Leonardo Sant'Anna, alguns fatores podem ter uma relação próxima com as dificuldades de captura dos presos. "O primeiro item foi o tempo que levou até que a fuga fosse percebida. Essa demora é extremamente prejudicial, caso se queira fazer uma captura em um curto espaço de tempo", afirma.
De acordo com o especialista, o segundo ponto são as conexões criminosas dos fugitivos. "Eles fazem parte de uma facção criminosa que tem muito poder, e a gente fala também de muito dinheiro. Eles devem ter conseguido fazer esse contato por telefone, uma tecnologia que pode ter ajudado na fuga com acesso a mapas e a pontos de melhor deslocamento para uma movimentação mais rápida", avalia.
Para o também especialista em segurança pública Antônio Testa há indícios de que houve conivência de pessoas de dentro do sistema prisional para a fuga. “Certamente, os fugitivos tiveram algum tipo de apoio. Nesses casos, a logística é fundamental. Todas as análises que fizemos indicam que aquela fuga seria muito difícil sem a conivência de quem quer que seja. Como conseguiram sincronizar a fuga e sair tranquilamente?”, questiona. "Em teoria, eles estavam incomunicáveis. Então, para eles organizarem uma fuga, eles teriam que ter se comunicado com alguém", acrescenta.
R7