Em agosto de 2022, romeiros de todo país festejavam a autorização da abertura do processo de beatificação do Padre Cícero pelo Vaticano. Três meses depois, os trabalhos começaram e, agora em 2024, a Igreja espera concluir a primeira fase, a diocesana.
Nessa etapa, comissões investigam a vida, os escritos, as qualidades e virtudes do Padre Cícero.
A fase pode estar perto de acabar, como bem pontuou em entrevista para a TV Verdes Mares, o Vice-postulador da causa de beatificação, Padre Wesley Barros:
Padre Wesley Barros, de preto à esquerda, é vice-postulador da causa de beatificação. Foto: Lorena Tavares/SVM |
“Nós trabalhamos esses dois anos e agora precisamos intensificar, e as comissões sabem disso, que precisam programar de maneira mais intensa o trabalho. É desejo sim para 2024 conseguir concluir a fase diocesana deste primeiro inquérito.”
Depois de encerrada a fase diocesana, todos os documentos colhidos vão para o Vaticano, onde inicia-se a fase romana. Durante esse período, o material enviado à Roma é analisado por estudiosos da área, além disso relatos de milagres, graças e atos também são observados.
Representante do Vaticano no Cariri
Na semana em que Juazeiro do Norte festeja os 180 anos do nascimento do Padre Cícero, um representante do Vaticano esteve no Cariri. Ele participou de uma missa na Catedral de Nossa Senhora da Penha, no Crato.
“Se cada um de nós possui em si a fé no Senhor para consumir a si mesmo, segundo a palavra de Cristo e segundo o exemplo dos Santos, como Padre Cícero, aí sim os frutos são grandes.”, disse Monsenhor Alerrandro Tifes, consultor do Dicastério para a causa dos Santos.
Há cinco anos (2019), o Consultor Alerrandro participou da procissão de Nossa Senhora das Candeias. Na época, ele fazia parte do Dicastério para a Doutrina da Fé, uma espécie de Secretaria do Vaticano. Ele veio a pedido do Papa Francisco que queria saber um pouco mais sobre a devoção ao Padre Cícero. A visita foi fundamental para a abertura do processo de beatificação que ocorreu em 2022.
Para o italiano Paolo Vilota, postulador da causa de beatificação e advogado do Padre Cícero nesse processo, a vida do Sacerdote e os impactos de seus ensinamentos que reverberam no Cariri até hoje são únicos e passam longe do fanatismo - o que inicialmente era uma grande preocupação da Igreja.
“Conheço o Padre Cícero há muitos anos. Nos últimos vim aqui não somente na biblioteca e no arquivo, vim visitar a fé do povo, a paróquia. Fui em Crato e em todo Juazeiro, no lugar dele (do Padre Cícero) e não somente se olha, se respira uma profunda espiritualidade de uma grande ortodoxia de romarias. Isso é incrível. Também nos estudos, na conversa geral, encontrei pessoas convertidas, não de uma religião para outra, convertidos do jeito de viver e sem fanatismo, até hoje nunca encontrei fanáticos e isso é um milagre.”, disse Paolo.
Fonte: g1 CE