Sertões dos Inhamuns : Cococi Cidade-fantasma: fazenda no Ceará virou município, teve 3,8 mil habitantes dono como prefeito e acabou abandonada

Blog do  Amaury Alencar
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Cococi fica na zona rural de Parambu, no sertão dos Inhamuns, no Ceará — Foto: Paulo César Silva

Cococi fica na zona rural de Parambu, no sertão dos Inhamuns, no Ceará — Foto: Paulo César Silva



O hotel da cidade, o cartório, a prefeitura, a Câmara de Vereadores. Em Cococi, estes edifícios estão todos vazios. É a mesma situação do açougue, da farmácia, das lojas. Os prédios abandonados há décadas já foram invadidos pelo mato, e muitos caíram de velhos. É que Cococi, que já foi um município com prefeito, vereadores e mais de 3.800 habitantes, hoje é uma cidade-fantasma.

Localizado a cerca de 500 quilômetros de Fortaleza, em pleno Sertão dos Inhamuns, no Ceará, Cococi foi por décadas distrito de outros municípios, mas em 1957 se tornou uma cidade. A independência durou pouco: em 1970 foi extinto e voltou a ser distrito do município de Parambu.

Apesar da comunidade com quase quatro mil habitantes, Cococi era quase integralmente uma propriedade privada. Cerca de 90% do território do município pertencia a uma família, a família Feitosa, fundadora do local. Inclusive, para chegar ao município, era necessário passar pela porteira da fazenda dos Feitosa.

O domínio não era só territorial: o primeiro prefeito de Cococi era um Feitosa. O segundo, também. O terceiro e último, que nem chegou a completar o mandato, era pai do primeiro prefeito e tio do segundo.

Cococi, no interior do Ceará, é chamada de cidade-fantasma. Lugar já foi município, mas virou distrito de outra cidade — Foto: Paulo César Silva/Arquivo pessoal

Cococi, no interior do Ceará, é chamada de cidade-fantasma. Lugar já foi município, mas virou distrito de outra cidade — Foto: Paulo César Silva/Arquivo pessoal

Com a extinção do município, os habitantes, aos poucos, foram embora. Atualmente, apenas seis pessoas moram na antiga “área urbana”, quatro de uma família e duas de outra. Dos prédios que compunham o centro da cidade, apenas as duas casas habitadas pelas famílias e a igreja tricentenária permanecem em condições de uso.

É esta pequena igreja, inclusive, a responsável por, uma vez ao ano, fazer com que o centro do povoamento fique cheio de novo, como no passado: é que a festa de Nossa Senhora de Conceição, padroeira de Parambu, é celebrada na igreja histórica, momento no qual moradores de outras áreas de Parambu vão até Cococi festejar a santa.

“De primeiro, eu chorava demais quando passava a festa. Porque eu me sinto muito só. Eu ficava muito triste porque me dava uma saudade muito grande [das pessoas]”, conta ao g1 Maria Clenilda, uma das únicas seis moradoras do centro de Cococi.

Clenilda tem 53 anos. Quando nasceu, Cococi já tinha deixado de ser município, mas ainda mantinha sua estrutura física e a parte da população. Ela morou a vida toda na localidade, e guarda na memória tempos melhores da comunidade.

“Tinha muita casa. Todas as casas [abandonadas] que têm hoje em Cococi tinha moradores. Tinha bodega, tinha mercantil, tinha loja de roupa, tinha padaria, tinha açougue. Tudo que se precisava e procurasse tinha em Cococi”, afirma.

Fundada há mais de 300 anos, a história de Cococi é diretamente relacionada à ocupação dos sertões durante o Brasil Colônia. Sua extinção enquanto município também conta um pouco do problema crônico que atravessa centenas de cidades no país: o mau uso das verbas públicas. Entenda:



Cococi: de sesmaria a cidade

A localidade que hoje é o Cococi começou a ser ocupada no início do século XVIII, como parte do movimento de interiorização da colônia. À época, a Coroa portuguesa estava estimulando que criadores de gado ocupassem o interior do Nordeste, deixando as áreas mais férteis, próximas ao litoral, para a plantação da cana-de-açúcar.

A criação de gado, estimulada pela Coroa, tinha como objetivo garantir o abastecimento dos grandes centros produtores de cana-de-açúcar. Por muito tempo, inclusive, carne seca e a aguardente foram os principais produtos de exportação do Ceará para as províncias vizinhas. É nesse contexto que a família Feitosa chega ao Ceará.



O coronel Lourenço Alves Feitosa e seu irmão, o comissário Francisco Alves Feitosa, antes estabelecidos no município de Sirinhaém, no Pernambuco, vieram para o Ceará em busca de mais terras propícias para a criação de gado.

“É o riacho do Jucá que vai atrair a família para esse espaço. E também os Inhamuns à época ofereciam uma matéria-prima muito importante para o criatório bovino: ele dispunha de boas pastagens, tinha clima favorável para criação de gado”, explica o historiador Paulo César Silva. Ele pesquisa o processo de ocupação da região e escreveu um livro sobre Cococi.

Até então, a distribuição de terras era feita pela Coroa portuguesa por meio de sesmarias. Cococi, localizado ao lado do riacho do Jucá, foi uma das primeiras sesmarias demarcadas e distribuídas nos Inhamuns. O local era uma espécie de oásis no sertão.

Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi fundada em 1740, no Cococi. É um dos poucos prédios do local ainda preservados — Foto: Paulo César Silva

Igreja de Nossa Senhora da Conceição foi fundada em 1740, no Cococi. É um dos poucos prédios do local ainda preservados — Foto: Paulo César Silva


Com o crescimento da criação de gado em Cococi, começou a surgir um povoamento em torno do centro da fazenda – ou sesmaria – dos Feitosa, composto principalmente dos agregados na atividade pecuária. Com o tempo, o centro da fazenda ganhou contornos de vila.

Em 1740, Francisco Alves Feitosa mandou erguer uma pequena igreja no local, apontada por muitos como a primeira igreja da região dos Inhamuns. Oito anos depois, em 1748, era inaugurada a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, um dos poucos prédios de Cococi que, ainda hoje, continua em funcionamento.

Prefeito da própria fazenda

Em 1869, a região do Cococi foi elevada a distrito. Em 1956, um distrito do município de Tauá, chamado Parambu, conquistou independência e foi elevado a município - e Cococi foi anexado a Parambu.

A união não durou muito: em 24 de outubro de 1957, o distrito de Cococi foi elevado à condição de município por meio de uma lei estadual. À época da independência, o líder do clã Feitosa era o major Eufrásio Alves Feitosa, que capitaneou o movimento de criação do município.

“O Cococi é um conjunto de grandes fazendas que veio a partir da posse de sesmarias”, explica Paulo César Silva. “É uma terra pertencente a Eufrásio Alves Feitosa, que se torna prefeito. Então ele se torna prefeito da sua própria fazenda.”

O primeiro prefeito de Cococi foi Lourenço Alves Feitosa, que era filho de Eufrásio. O segundo prefeito foi Leandro Custódio de Oliveira e Castro, sobrinho de Eufrásio. O terceiro e último prefeito foi o próprio Eufrásio.

Casa Grande do Cococi, pertencente ao major Eufrásio Alves Feitosa. A prefeitura funcionava em um prédio anexado ao lado esquerdo — Foto: Paulo César Silva

Casa Grande do Cococi, pertencente ao major Eufrásio Alves Feitosa. A prefeitura funcionava em um prédio anexado ao lado esquerdo — Foto: Paulo César Silva

O município, portanto, vivia a situação de ser uma cidade localizada dentro de uma fazenda que pertencia ao prefeito. A prefeitura, por exemplo, foi construída em um anexo à casa de Eufrásio Alves Feitosa. A Câmara de Vereadores também.

Em relatório no fim da década de 1960, o Tribunal de Contas da União (TCU) chamou atenção para o fato de que o município de Cococi estava “quase todo ele em fazendas de uma família, com prefeitos, secretários e vereadores pertencentes ao mesmo clã”.

A despeito do domínio da família Feitosa, o município chegou a ter quase quatro mil habitantes de diversas famílias e viu o centro se tornar uma vila. Tinha cartório e até hotel. A situação, no entanto, aos poucos se tornou inviável.

A família proprietária foi acusada de embolsar os recursos da União enviados para a municipalidade. O TCU, que classificou o município como uma “propriedade familiar”, recomendou que ele fosse extinto e voltasse a ser distrito.

Fachada do Novo Hotel Cococi, tomado pelo mato. Teto do prédio desabou — Foto: Paulo César Silva

Fachada do Novo Hotel Cococi, tomado pelo mato. Teto do prédio desabou — Foto: Paulo César Silva

Em setembro de 1970, 13 anos após ser criado, uma lei estadual extinguiu o município de Cococi, que voltou a ser distrito e foi incorporado à cidade de Parambu. A extinção ocorreu no meio da gestão de Eufrásio Alves Feitosa, o prefeito-proprietário, que não pôde concluir o mandato.

O vazio da cidade-fantasma

Com o fim do município, a população foi deixando Cococi em busca de um novo lar. Nos anos que antecederam a extinção já se notava um certo êxodo, de acordo com Maria Clenilda.

“Cococi tem muitas histórias. Falam de briga, de muita coisa. Mas minha mãe e meus avós sempre falaram que [o êxodo dos habitantes] foi por causa de seca”, diz. “Não tinha como sobreviver, que todo mundo trabalhava como agricultor. Não tinha chuva, e o pessoal decidiu sair de Cococi pra adquirir o pão de cada a dia”.

Boa parte da família de Clenilda foi embora em 1968. Os pais dela ficaram na terra, onde também viveram seus avós e bisavós. Ela nasceu em 1971, no ano da extinção do município, e viveu a vida toda na localidade de Cococi.

Como distrito, Cococi possui uma área extensa. No centro urbano abandonado do que hoje é a cidade-fantasma, vivem atualmente apenas seis pessoas. No entanto, há outros moradoras na “zona rural” de Cococi, isto é, em outras propriedades rurais espalhadas pelo distrito.

Maria Clenilda é uma das seis moradoras do centro abandonado. Ela mora há cerca de 15 anos em uma casa que pertence à família Feitosa. Ela vive apenas com o neto de 12 anos. Do outro lado da rua está a outra família que vive em Cococi, composta de quatro pessoas.

Maria Clenilda e o neto são dois dos últimos moradores do antigo centro de Cococi — Foto: Arquivo pessoal

Maria Clenilda e o neto são dois dos últimos moradores do antigo centro de Cococi — Foto: Arquivo pessoal

Na localidade, todos vivem basicamente de agricultura e da criação dos poucos animais que ainda vivem no local que era uma fazenda de criação. Há alguns anos foi construída uma pequena escola no local – chamada Eufrásio Alves Feitosa - para atender crianças e adolescentes de todo o distrito, e Clenilda trabalha lá como merendeira.

A casa de Clenilda fica ao lado da escola e da Igreja de Nossa Senhora de Conceição, fundada por Lourenço Alves Feitosa em 1740. O cotidiano dela se dá entre a casa, escola e a igreja. “Gosto muito daqui. As pessoas às vezes pedem pra eu ir embora daqui, mas eu acho melhor ficar”, diz.

 Antes de morar na casa atual, Clenilda morou por dois anos na casa do último prefeito de Cococi, Eufrásio Alves Feitosa. Assim como muitas outras construções, a casa de Eufrásio ruiu com o passar do tempo. Quando Clenilda foi morar lá, já havia partes inabitáveis. A Câmara de Vereadores e a prefeitura, por exemplo, que foram construídas anexas à casa, já caíram.

É uma situação semelhante à do hotel, tomado pelo mato e sem teto. O prédio do cartório municipal se encontra relativamente bem conservado. Mas, de longe, o prédio melhor preservado é a igrejinha, que se encaminha para completar 300 anos.

Testemunha de toda a trajetória de Cococi, o templo recebe os cuidados de Clenilda. Ela é a responsável por manter o local limpo, sem mato, e preparado para receber os fiéis de todo o município durante a festa de Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Parambu.

A celebração dura vários dias, e tem seu ápice no dia 8 de dezembro. É neste momento da festa que Clemilda sente como se Cococi fosse outra cidade. Ou, pelo menos, a cidade que um dia foi. “Quem conhece Cococi e chega no dia 7 e dia 8 de dezembro diz ‘não, aqui não é Cococi não, é outra cidade’”, afirma.

Dezenas de pessoas se reúnem em Cococi durante a festa de Nossa Senhora da Conceição, em dezembro — Foto: Reprodução

Dezenas de pessoas se reúnem em Cococi durante a festa de Nossa Senhora da Conceição, em dezembro — Foto: Reprodução

Segundo Clemilda, na celebração aparecem fiéis de várias cidades, inclusive de Canindé e Fortaleza. A última missa é celebrada pelo bispo de Crateús.

“Esses 9 dias [de novena] eu fico feliz demais, porque tem amigo que vem pra minha casa, tem gente pra conversar”, revela. “Todo dia tem uma garrafa de café e uma garrafa de chá pra quem chegar tomar café e tomar chá”.

Cidades sem fundos

Além de ser praticamente uma propriedade familiar, uma das causas que motivou o pedido de extinção de Cococi foi o mau uso de verbas públicas. O tribunal, inclusive, se referiu a Cococi como um “município de mentira”.

“A existência de tais municípios [de mentira] foi integralmente confirmada com o caso de Cococi, no Estado do Ceará, já extinto em razão da ação deste tribunal, ao se comprovar que não passava de uma propriedade familiar. Mas é preciso ter presente que Cococi não é caso único. Muitos outros, nas mesmas condições, continuam a ter existência e funcionamento no sul, no norte e no nordeste do país”, apontou o ministro Victor Amaral Freire, do TCU.

No Brasil de hoje, o problema com o mau uso ou a má administração dos recursos financeiros dos municípios persiste, ainda que não nos mesmos padrões de Cococi. Atualmente, a má gestão dos recursos pode acionar uma série de dispositivos legais para evitar que o gestor desmantele as contas do município e acabe paralisando a gestão.

“Se for comprovado o mau uso dos recursos, que afete a capacidade fiscal do município, existem mecanismos preventivos para coibir isso durante sua execução, onde a Lei de Responsabilidade Fiscal impõe a limitação de empenhos, demissão de servidores, para tentar fazer com que os recursos voltem”, explica o analista de controle externo do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE), Samuel Castelo.

Samuel trabalha na fiscalização das contas públicas dos 184 municípios cearenses, bem como na orientação aos gestores municipais sobre como usar essa verba.

Um dos problemas crônicos das finanças nos municípios é que a maior parte deles não consegue se sustentar sozinho, e depende de repasses do governo estadual e do governo federal não só para tocar obras públicas, mas também para realizar serviços básicos e até mesmo pagar seus funcionários.

No Ceará, por exemplo, conforme levantamento em TCE, no ano de 2017 cerca de 96% dos 184 municípios não conseguiram arrecadar por conta própria nem 10% do dinheiro que tinham em caixa – ou seja, 96% das cidades cearenses dependem quase exclusivamente do dinheiro dos governos federal e estadual.

Prédio do Cartório de Cococi é um dos mais bem preservados do local, junto com a igreja — Foto: Paulo César Silva

Prédio do Cartório de Cococi é um dos mais bem preservados do local, junto com a igreja — Foto: Paulo César Silva

Essa condição deixa muitas cidades em situação de incerteza se será possível levar a frente determinados projetos, já que se, por algum motivo a arrecadação estadual e federal cair, isso vai refletir nas contas dos municípios.

“Então, eu [município] vou ter dificuldades de no futuro ou no presente de executar certas políticas públicas porque eu preciso ter a garantia que o outro ente que vai transferir os recursos vai repassá-los”, explica Samuel.

Além dessa falta de capacidade de arrecadação e dependência financeira, muitos municípios passam por problemas de mau uso das verbas: obras caras demais, funcionários demais, despesas demais. É uma mistura muitas vezes leva as cidades ao esgotamento financeiro.

Pela lei, as contas dos municípios precisam ser analisadas e podem ser aprovadas ou recusadas pelos tribunais de contas, que contam com mecanismos de análise, equipes de auditoria e outras ferramentas de acompanhamento.

Em caso de identificação de problemas graves nas contas municipais, o tribunal pode aplicar multas e até acionar o Ministério Público para o gestor e o município serem acionados judicialmente.

Para Samuel Castelo, a situação de Cococi foi possível na época tanto pelas peculiaridades do local quanto pelo contexto político do período, mas seria difícil que algo parecido ocorresse hoje.

O analista, porém, avalia que a legislação que rege a criação de municípios no Brasil atualmente poderia ser atualizada. “Mas aí entra a questão política, se aquele município que hoje está enfrentando dificuldades, que vive de recursos repassados pelo Estado e pela União deve continuar [existindo] ou não”, aponta.

“A lei de responsabilidade fiscal toca o aspecto financeiro, mas não os aspectos sociais. [...] Eu posso ter municípios com sustentabilidade fiscal e ter problemas sérios em relação ao aspecto social. Eu tenho caixa no município e pessoas passando fome. [...] Então eu não posso olhar somente para o aspecto fiscal para deduzir o fechamento ou não do município”, afirma.

Futuro de Cococi

Quase desabitado, com a criação de gado reduzida a poucas cabeças e o centro histórico em ruínas, os poucos moradores de Cococi se questionam sobre o futuro do lugar – e o deles. “Plantação não tem. Pastagem só quando Deus manda chuva. Os criatório agora também é pouco, quase acabado", enumera Maria Clenilda.

Na avaliação do historiador Paulo César Silva, o local deveria ser melhor preservado e aproveitado, por exemplo, como potencial destino de turismo histórico.

“Você tem a ideia de cidade fantasma, então tem toda essa questão relacionada ao mito. Estrategicamente, ela é atrativa. Mas hoje você tem muita dificuldade, tem dificuldade de acessibilidade, você tem dificuldade de estar no ambiente para poder fazer um tour, você tem dificuldade de deslocar alunos para você produzir aula de campo”, avalia.

Casas de Cococi cobertas pelo mato — Foto: Maria Clenilda

Casas de Cococi cobertas pelo mato — Foto: Maria Clenilda

Apesar de gostar da calmaria do local, a Maria Clenilda revela que as dificuldades econômicas e a solidão a fazem pensar em se mudar.

“Eu penso de possuir uma casa, de construir uma casa pra mim mesmo, pra poder sair daqui. Eu penso em construir uma coisa pra dizer 'Agora eu vou embora de Cococi porque consegui construir uma casa pra mim'”, revela a merendeira.

Não há, porém, planos no futuro próximo para a mudança ocorrer, justamente por dificuldades financeiras. Enquanto não consegue realizar o sonho da casa própria, Clenilda pretende continuar vivendo como uma das últimas moradoras da cidade-fantasma do sertão.

“Tenho muitas memórias boas, tenho muitas memórias ruins também. Acredita que não sei por que eu gosto tanto daqui? Tem dias que eu fico me perguntando 'meu Deus, o que é que fico fazendo aqui nesse lugar?'”, reflete.


                                 Blog do Amaury Alencar  G1 CE 

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