Uma confusão entre professores e seguranças marcou a assembleia do Sindicato dos Servidores Públicos das Secretarias de Educação dos Municípios do Ceará (Apeoc) desta quinta-feira (4 de abril de 2024), no Ginásio Aécio de Borba, em Fortaleza. O caso foi motivado pela discordância entre docentes e diretores da entidade sobre a votação para deliberação da greve. (veja abaixo as deliberações aprovadas).
Em imagens que circulam nas redes sociais, é possível observar dezenas de cadeiras sendo arremessadas, além da aglomeração de pessoas durante a confusão próxima ao palco do ginásio. O presidente da Apeoc, Anizio Melo, precisou sair escoltado por uma equipe de segurança. Ainda assim, ele chegou a ser atingido por objetos que foram jogados por quem a entidade chamou, em nota, de "criminosos".
“Nos momentos finais da Assembleia, os criminosos arremessaram diversas cadeiras e jogaram vários objetos contra as cabeças dos membros de nossa direção e demais pessoas, que estavam de costas se dirigindo à saída do Ginásio Aécio de Borba. As cenas lamentáveis e inadmissíveis de selvageria, que circulam nas redes sociais envergonham a nobre profissão que exercemos e maculam a imagem da categoria dos profissionais do magistério perante a sociedade”, afirmou a Apeoc, em nota.
Um professor estadual, que estava no local e preferiu não se identificar, relatou que o tumulto iniciou após uma parte dos docentes cobrar o estabelecimento da greve, o que não foi acatado pela diretoria do sindicato. Ele relatou que a equipe de segurança agiu com truculência e a assembleia foi encerrada de forma abrupta.
Os educadores teriam realizado coro exigindo "votação" da paralisação da categoria, uma vez que a convocatória divulgada nas redes sociais da própria entidade prometia colocar em pauta a "avaliação da proposta e deliberação sobre greve".
Durante as discussões, a professora Rebeca Veloso alega que foi empurrada por um segurança, quando tentava subir no palco onde estavam dirigentes do Sindicato. Ela informou que registrou boletim de ocorrência e realizou corpo de delito.
No documento que o Diário do Nordeste teve acesso, a docente diz ser “vítima de agressão por parte de um segurança da direção do sindicato”. Rebeca afirma que se dirigiu ao palco para falar com o presidente do Sindicato e o homem “usou da força para retirá-la do local”. Ela teria caído do palco e ficado lesionada por conta da ação.
Por meio da assessoria, a entidade nega a agressão. A Apeoc relatou que a professora “arrancou” o microfone da mão de Anízio Melo, que estava no palco da assembleia, precisando ser contida por um segurança.
"Vimos a público nos manifestarmos acerca dos atos criminosos praticados por uma minoria truculenta composta por arruaceiros covardes e antidemocráticos, que, por meio da violência explícita, colocaram a vida de diversas pessoas em risco na Assembleia Geral da categoria", cita nota assinada pela direção da Apeoc. "A luta continua. Fascistas não calarão a nossa voz!".
DELIBERAÇÕES
Algumas deliberações foram realizadas, segundo a Apeoc. Dentre elas, 36 encontros estaduais para debater as propostas da mesa de negociação com o governo estadual junto à categoria. Para isso, estão previstas paralisações locais entre os dias 15 e 19 de abril. As medidas foram aprovadas na quarta-feira (3) pela executiva da entidade. Os aumentos previstos são:
5,62% para os aposentados;
7,3% para os profissionais contratados por tempo determinado;
5,62% para os efetivos em estágio probatório;
10% a 15% para os efetivos estáveis;
12% a 17% para os professores com doutorado.
Fonte: Diário do Nordeste