O prefeito de Pacajus, Bruno Figueiredo (PDT), renunciou ao cargo à frente da gestão. Nesta quinta-feira, 4, o vice-prefeito Francisco Fagner da Costa (União Brasil), conhecido como Faguinho, já assumiu o cargo em cerimônia na Câmara Municipal de Pacajus.
Na carta de renúncia, Bruno ressaltou ques está dando oportunidade ao vice para que a população possa "avaliar seu trabalho e fazer julgamento preciso". "Decidi neste momento renunciar ao cargo com a finalidade de dar uma oportunidade para que Sr. Francisco Fagner da Costa (Faguinho) possa demonstrar na prática sua capacidade de levar esse projeto adiante com competência, comprometimento e alinhamento com o futuro dessa cidade", afirmou.
E seguiu: "A população poderá avaliar seu trabalho e fazer um julgamento preciso, para que ele possa continuar liderando esse processo de mudança com o apoio daqueles que são mais importantes nessa Cidade: o povo que nela vive".
Ele apontou ainda que deixa a gestão, após mais de seis anos já que está no segundo mandato, com "gostinho de dever cumprido". "Portanto, declaro que renuncio ao cargo de Prefeito Municipal de Pacajus, informando a esta augusta Casa Legislativa para que reconheça da presente renúncia, adotando as medidas necessárias", finalizou.
Faguim é pré-candidato e vai tentar ser reeleito, dessa vez como cabeça da chapa. Em trecho de entrevista compartilhado em sua rede social, ele avaliou que desde dezembro seu grupo político vinha querendo lançar-lo como pré-candidato. "Conversei com quem tinha que conversar, falei 'vocês vão me apoiar?' 'Sou eu? Sou eu'. Estou como pré-candidato", disse.
Ainda na quarta-feira, 3, Bruno organizou um evento ao lado de aliados e apoiadores, incluindo os deputados Eduardo e Guilherme Bismarck, ambos do PDT.
O novo prefeito confirmou estar assumindo o cargo e compartilhou a cerimônia de posse. Ele disse estar com "muita esperança e determinação". "Nosso compromisso é com o bem-estar das pessoas e o progresso de nossa cidade. Conto com todos vocês nessa jornada rumo a um futuro melhor", disse.
Os dois tinham voltado aos cargos em janeiro deste ano após decisão judicial determinar o retorno dos gestores ao comando da Prefeitura. Ambos tiveram os mandatos cassados por acusações de nepotismo e, em novembro de 2023, o então presidente da Câmara Municipal, Tó da Guiomar (União Brasil), assumiu a Prefeitura de Pacajus. O mandato de Tó da Guiomar era "tampão" e seguiria até dezembro de 2024.
A cassação aconteceu após a abertura de uma Comissão Processante na Câmara Municipal de Pacajus, para apurar denúncias de cargos comissionados para empregar parentes de gestores públicos. A nora e uma sobrinha do prefeito Bruno Figueiredo e duas irmãs e um irmão do vice-prefeito foram contratados para trabalhar na Prefeitura.
Bruno Figueiredo chegou a reassumir o cargo menos de um mês após ser cassado. Foi emitida liminar, assinada pelo juiz Alfredo Rolim Pereira, da 2ª Vara da Comarca de Pacajus, que acatou o mandado de segurança interposto pelo prefeito eleito.
O principal ponto seria que a decisão da Câmara de afastar o prefeito não resultou imediatamente na conclusão dos procedimentos. Isso teria possibilitado que a ata da sessão que cassou o gestor fosse alterada e o nome de um vereador fosse incluído.
No cargo, o pedetista pediu licença e quem passou a atuar foi o vice. A Câmara, no entanto, recorreu e conseguiu reverter a limitar e manteve o afastamento de Bruno. A Câmara Municipal argumentou na Justiça que o prazo para aprovação da ata deve acontecer na sessão seguinte e a atuação da Casa estaria nos conformes com o que ocorre em outras instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF).
Afastado, a dupla recorreu novamente. O juiz Alfredo Rolim Pereira, do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE) assinou uma sentença em que anula a cassação de Bruno Figueiredo e Francisco Fagner. Porém, o magistrado decidiu não devolver os cargos de imediato, o que não impediu a realização das eleições indiretas.
o Povo