Uma data é reservada anualmente para uma campanha de conscientização para a
importância de prevenir mortes maternas de caráter evitável. Trata-se do Dia Internacional
de Luta pela Saúde da Mulher e de Redução da Mortalidade Materna, que é lembrado
sempre em 28 de maio. No Brasil, a rememoração se justifica ante os números, que, não
obstante tenham registrado uma queda nos últimos anos, continuam alarmantes.
Segundo o Ministério da Saúde, dados preliminares apontam que foram registradas
62.641 mortes de mulheres em idade fértil no País durante o ano de 2023. O panorama
piora quando se observa que elas estão, mais do que nunca, sobrecarregadas. Muitas
vezes, são as mães, filhas, irmãs e companheiras que trabalham mais, por conta da
chamada dupla jornada, que faz com que trabalhem, em média, sete horas e meia a mais
que os homens por semana, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea).
Como frutos desse modo de vida, surgem sintomas como irritabilidade, fadiga, baixa
autoestima e estresse, entre outros, que se encaixam nos dados do levantamento da
ONG Think Olga em 2023. Eles apontam que 45% das mulheres relataram serem
diagnosticadas com ansiedade, depressão ou algum outro tipo de transtorno mental.
A consequência mais imediata desse “fardo“ feminino é o “mergulho” em um estilo de vida
pouco saudável para muitas mulheres. Para contornar essa situação, especialistas
enumeram dicas importantes para que elas consigam superar essa condição social com
saúde, tanto física como mental. Entre elas, está a busca por uma alimentação
equilibrada e a aposta na prática regular de exercício físico, no sono de qualidade e no
cuidado com a saúde mental.
Unidades móveis do Sesc
Além de seguir essas dicas, a busca por atendimento de caráter preventivo é fundamental
para a manutenção de um estilo de vida saudável para as mulheres. Muitos desses
serviços são ofertados pela rede de saúde pública e complementar. Uma boa
oportunidade para facilitar essas atitudes citadas acima, e de maneira gratuita, é realizar o
exame Papanicolau (citopatológico).
No Ceará, esse exame é um dos procedimentos que podem ser realizados, também de
maneira gratuita, através da iniciativa Sesc Saúde Mulher, uma unidade móvel dedicada à
promoção da saúde feminina. Na verdade, são consultórios móveis que contam com uma
estrutura completa para realização de exames de prevenção de câncer de mama e colo
de útero. Eles circulam pelo Estado, permanecendo em cada município beneficiado pelo
programa por cerca de 70 dias, auxiliando no atendimento a mulheres com dificuldade de
acesso aos serviços de saúde em cidades do Interior e Região Metropolitana de
Fortaleza. Mamografia e citopatológico (exame preventivo – Papanicolau) são os
procedimentos oferecidos nas unidades.
Ações educativas
Além dos exames, são realizadas ações educativas de promoção em saúde com temas
diversos, tendo o objetivo de sensibilizar e promover adoção de hábitos ou rotinas mais
saudáveis. O projeto também atua na capacitação de agentes comunitários de saúde dos
municípios atendidos.
“A iniciativa contribui para o rastreamento precoce do câncer de mama e colo do útero,
promovendo a detecção de alterações em sua fase inicial e possibilitando intervenções
terapêuticas precoces, aumentando o percentual de cura da doença”, indica Lara Mendes,
gerente de Saúde do Sesc Ceará.
Saiba mais
● Podem fazer a mamografia mulheres assintomáticas (sem sinais ou sintomas) de
50 a 69 anos, faixa etária elegível para o exame, segundo recomenda o Ministério
da Saúde. Já o citopatológico (Papanicolau) é indicado para mulheres que têm ou
já tiveram atividade sexual com idade entre 25 e 64 anos.
● Os exames são encaminhados para análise e laudo no Hospital de Câncer de
Barretos (HCB-SP) e Instituto do Câncer do Ceará (ICC), respectivamente,
referência nacional e regional na área. Em caso de alterações nos exames, as
mulheres serão encaminhadas através da Secretaria de Saúde do município
atendido, por meio do sistema de regulação para consulta especializada e
tratamento;
● Para realizar qualquer um desses procedimentos nas unidades Sesc Saúde
Mulher, a documentação necessária é o encaminhamento médico do município, a
identidade, o CPF, o comprovante de residência e o cartão do Sistema Único de
Saúde (SUS) são necessários;
● Essas unidades são totalmente adaptadas para acessibilidade de portadores de
necessidades especiais.
Mais informações em: www.sesc-ce.com.br