Em meio a um cenário de calamidade pública provocado pelas fortes chuvas no estado, desembarcaram no Rio Grande do Sul o presidente da república Lula (PT), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e representantes do Executivo. Logo após, as autoridades se reuniram com o governador do RS, Eduardo Leite, em uma entrevista coletiva.
No encontro, foram ouvidos relatos de representantes do Exército, sobre as ações e balanços de resgate. Em seguida, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB), alegou que a cidade precisa, de forma excepcional, de equipamentos, de suprimentos: água, alimentos. "Precisamos agora, urgentemente. Salvar vidas neste momento, depois, reconstruir. Não dá pra ser feito de forma tradicional! O Sistema Tradicional de Tragédias nunca funcionou", afirmou.
O governador Eduardo Leite falou na sequência, fazendo um balanço dos impactos das chuvas em diferentes áreas do estado e possíveis futuros impactos. Segundo a Defesa Civil gaúcha, foram mais de 300 municípios afetados
Eduardo Leite reclama de “restrições na legislação fiscal”
Dentre as declarações, Leite disse, ao lado do presidente Lula, que mesmo que altos valores sejam concedidos pelo Governo Federal, se “a burocracia legal for a mesma”, o estado “não terá fôlego para responder” à tragédia.
“Se o presidente disser: toma aqui R$ 10 bilhões, R$ 20 bilhões, ou R$ 100 bilhões e tivermos a mesma máquina pública, com as mesmas restrições de legislação fiscal… Já temos graves problemas em tempos de normalidade. Em tempos de excepcionalidade, não teremos fôlego para responder”, afirmou.
O governador completou: “Essas autoridades precisam perceber. Comparando com os outros estados do Sul, nossa receita é igual. Mas o déficit da previdência é maior, o déficit per capita é maior, a dívida per capita é de R$ 10 mil reais. Quero dizer: a máquina pública está sufocada com essa situação e não vai conseguir dar respostas do ponto de vista fiscal. Presidente, o senhor disse que não faltarão recursos, me deixa confiante.”
Góes diz que Governo se reunirá com Prefeituras e deputados
O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, citou um “gigantismo” nas operações de resgate. Segundo o titular, o governo federal está alinhado com o governo estadual e com as Prefeituras e deverá promover reuniões.
“Hoje com encontros, seja virtual ou presencial. Se pudermos ouvir e ser ouvidos pelos 300 municípios vamos estar fazendo. Amanhã, com os parlamentares, federais e estaduais, na Assembleia Legislativa”, afirmou.
O POVO