Festejos em Barbalha e Viçosa impactam ocupação hoteleira no Ceará

Blog do  Amaury Alencar
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Festejos no interior do Ceará movimentam o turismo (Foto: Reprodução/Facebook)



O cortejo do Pau da Bandeira, em homenagem a Santo Antônio, em Barbalha, e o Festival Viçosa Mel e Cachaça, na microrregião da Ibiapaba, já impulsionam a hotelaria cearense. Isso porque a ocupação do segmento está acima de 90% nas localidades, entre os dias 30 de maio e 2 de junho, segundo levantamento da Secretaria do Turismo (Setur) do Governo do Ceará.

De expectativas, a Festa de Santo Antônio 2024 deve reunir, segundo a pasta, cerca de 500 mil pessoas durante todos os dias de programação.

Conforme o Anuário do Ceará, o município de Barbalha tem 55.323 habitantes, fica a 501,8 km de Fortaleza - ou tempo estimado de viagem de 8h21min -, e o festejo impacta no movimento daquela microrregião do Cariri, ao Sul do Estado, que tem como municípios limítrofes Crato, Jardim, Juazeiro do Norte, Missão Velha (e estado de Pernambuco).

Já no Festival Viçosa Mel e Cachaça, a Setur prevê a circulação de dez mil pessoas. Esta cidade de 54.955 habitantes é serrana e fica no Noroeste do Estado, a 360,5 km ou seis horas da Capital, na microrregião da Ibiapaba, no limite dos municípios de Granja, Tianguá e estado do Piauí.

“São duas regiões turísticas importantes para o Ceará que contam com produtos que carregam essa marca cultural. Em Barbalha é uma festa considerada patrimônio imaterial do País, e, em Viçosa do Ceará, temos muito forte a cultura da cachaça, dos engenhos. Sem contar no clima agradável e na possibilidade que os turistas têm de aproveitar uma região serrana com muitos atrativos, inclusive um bondinho, localizado em um Parque Nacional”, avalia a secretária do Turismo do Ceará, Yrwana Albuquerque.

Conheça o Festival Viçosa Mel e Cachaça

Na reconhecida capital cearense da cachaça, Viçosa do Ceará, o evento ocorre de 30 de maio a 1º de junho, é gratuito e tem o objetivo de reafirmar o município como uma cidade patrimônio.

O Festival é realizado pela Prefeitura Municipal com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a Artfully.

Tem patrocínio e apoio institucional do Banco do Nordeste (BNB), do Governo Federal e do Governo do Ceará.

Os festejos ocupam três palcos na cidade, na Praça Clovis Beviláqua, na Praça Felipe Camarão e no Complexo Turístico da Igreja do Céu.

Dentre as atrações, estão os sambistas Jorge Aragão e Diogo Nogueira, apresentando seu novo álbum “Sagrado”.

Ainda há mais de 60 expositores de gastronomia, artesanato e produtos locais, incluindo também a presença de estandes com distribuição de mudas nativas e apresentação dos roteiros turísticos da rota mirantes da Ibiapaba e o recém-lançado roteiro dos engenhos.

Conheça a festa de Santo Antônio com o cortejo do Pau da Bandeira

O cortejo do Pau da Bandeira ganhou uma importância ainda maior ao ser reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Brasileiro.

A celebração ocorre desde 1928 e foi inscrita no Livro de Registro das Celebrações do Iphan em 2015.

O corte do pau da bandeira é uma das tradições da festa de Santo Antônio, em Barbalha, no Cariri cearense.

Neste ano, o corte da árvore foi marcado para o dia 19 de maio. Um jatobá de 24 metros foi escolhido para os festejos.

Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, o capitão do pau da bandeira, Rildo Teles, explicou que após o café, os carregadores foram à Igreja Matriz para receber a bênção do padre. Depois foram para o sítio Flores, onde foi coletada a árvore.

Depois que é feito o corte, o tronco fica por 15 dias descansando na mata, para que possa perder um pouco de seu peso. Ele é tocado novamente apenas no dia do cortejo, pelos carregadores.

Além disso, há questões ambientais envolvidas no processo. Teles explica que tudo é executado com autorização do Ibama e do Instituto Chico Mendes de preservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ainda, é feita uma compensação ao meio ambiente por meio do reflorestamento das árvores que são coletadas.

“Nós temos aqui em Barbalha uma lei que menciona que a cada árvore cortada, para qualquer pau de bandeira, a lei preceitua que deve haver a substituição em 20 árvores”, complementou.

Outro cuidado é não retirar espécies nativas, que possam correr riscos de extinção. Assim, é dada preferência para árvores que crescem em abundância na região, como os jatobás e os inharés.

Após a festa, o destino do Pau da Bandeira era a doação para a Igreja, que usava-o para diversas utilidades, como a confecção de souvenirs e prêmio em leilões.

Agora, além de ser disponibilizado para a Igreja, será destinado à Secretaria da Cultura para que seja dado um fim cultural.


                                                                 O Povo 

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