Gledyson Alves Antão foi condenado a 28 anos de prisão por matar a técnica de enfermagem Maria Tereza Xavier Maia. O julgamento aconteceu nesta sexta-feira (10) e durou mais de 12 horas. A vítima foi morta a facadas em abril de 2023 no município de Missão Velha, na região Cariri do Ceará. Ela era prima de Maria da Penha Maia Fernandes, ativista do direito das mulheres, que deu nome a uma lei contra a violência doméstica.
A sentença determinou que ele deve cumprir a pena inicialmente em regime fechado, sem direito de recorrer em liberdade. Ele foi condenado por feminicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima
O julgamento era para ter ocorrido no último dia 26 de abril, mas o advogado de defesa teria dito que não poderia participar do julgamento. Maria Tereza Xavier tinha 35 anos e foi assassinada na casa onde morava, no Centro da cidade.
A técnica de enfermagem havia relatado para amigos e familiares que o ex-companheiro, Gleidson Alves Antão, de 40 anos, a agredia constantemente, além das ameaças. Após de praticar o crime, Gleidson Alves tentou suicídio, mas se recuperou dos ferimentos.
Técnica em enfermagem foi assassinada com golpes de faca há um ano — Foto: TV Verdes Mares/Reprodução
Maria da Penha, vítima emblemática da violência doméstica, lutou para que seu agressor fosse condenado. Ela comentou que Tereza deixou três filhos e pediu para que o agressor seja punido.
"Hoje estou aqui para falar mais uma vez da violência doméstica contra as mulheres. Minha prima, Maria Teresa Xavier Maia, foi vítima de feminicídio aos 35 anos. No dia 25 de abril no 2023. Ela deixou três filhos e nosso desejo é que agressor seja punido. O filho dela mais velho me disse: 'Eu poderia ter perdido qualquer coisa, menos minha mãe'. Então todos nós pedimos justiça", afirmou.
Técnica de enfermagem morta a facadas havia solicitado medida protetiva contra o ex suspeito do crime. — Foto: Arquivo pessoal
Medida protetiva contra ex
A técnica de enfermagem havia pedido medida protetiva contra ex-companheiro dias antes de ser morta, segundo a Polícia Civil. De acordo com vizinhos, que preferiram não se identificar, o casal estava separado, mas o homem não aceitava o fim do relacionamento e tentava reatar.
Nessas ocasiões, os dois brigavam e já foram para a delegacia. Tereza, inclusive, já havia denunciado Gleidson, chegando a pedir medida protetiva, mas não seguiu em frente com a queixa.
Maria Tereza tinha três filhos de uma relação anterior. Vizinhos também relataram que os dois tinham uma relação conturbada e, quando estavam juntos, sempre discutiam.
G1 CE