O presidente Lula definiu como “insanidade” o projeto de lei da Câmara dos Deputados que equipara a realização de um aborto após a 22ª semana de gestação ao crime de homicídio. A fala aconteceu neste sábado (15) durante a participação do líder na Cúpula do G7, na Itália.
“Eu sou contra aborto, entretanto, como aborto é realidade, a gente precisa tratar aborto como questão de saúde pública”, afirmou à imprensa. “Quando alguém apresenta uma proposta que a vítima precisa ser punida com mais rigor que o estuprador, não é sério”, acrescentou.
O presidente ainda afirmou que não acompanhou o “debate muito intenso” no País sobre o tema nos últimos dias por estar “à distância”.
“Quando voltar vou tomar ciência disso. Tenho certeza que o que já existe na lei garante que a gente aja de forma civilizada nesses casos, tratando com rigor o estuprador e com respeito às vítimas”, defendeu.
O texto do PL teve urgência aprovada na quarta-feira (12) na Câmara dos Deputados, o que acelera a tramitação. O fato provocou mobilizações contrárias ao projeto nas ruas e nas redes sociais.
A manifestação de Lula foi a primeira do presidente a respeito do projeto, mas nomes ligados ao presidente já haviam se pronunciado de maneira contrária.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), antes da votação, afirmou que a questão não seria “matéria de interesse do governo”.
A primeira-dama Janja da Silva classificou o PL como “preocupante”. Ministras como Marina Silva (Meio Ambiente) e Cida Gonçalves (Mulheres) também se pronunciaram contra o projeto.
Ponto Poder