Por Dr. Leopoldo Martins : Eleições 2024 e as Redes Sociais

Blog do  Amaury Alencar
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                                                                     foto Flávio Pinto 


Resumo do artigo

O cenário das eleições de 2024 destaca o papel fundamental das redes sociais nas eleições de 2024,

destacando avanços e desafios. A legislação eleitoral brasileira regula a propaganda on-line, mas a

disseminação de desinformação e polarização política são preocupações. É essencial um esforço conjunto

para promover um ambiente eleitoral democrático e republicano, respeitando a liberdade de expressão e

combatendo a desinformação.


As eleições de 2024 representam um momento marcante onde o papel

das redes sociais no processo democrático é mais evidente do que nunca,

impulsionado pela revolução digital. A Lei nº 9.504/1997, que estabelece normas

para as eleições, incluindo propaganda eleitoral na internet, reconhece esse

cenário ao permitir a utilização das redes sociais como ferramentas poderosas de

engajamento eleitoral. Essa legislação define regras para a veiculação de

propaganda eleitoral online, como a identificação de conteúdo patrocinado e a

proibição de impulsionamento por pessoas jurídicas, conforme previsto no artigo

57-A e artigo 57-C do Código Eleitoral Brasileiro.


Durante o período pré-campanha e possivelmente no dia da eleição, a

revolução digital nas redes sociais permite observar avanços importantes, onde os

candidatos podem se comunicar diretamente com os eleitores, conforme previsto

no artigo 36-A e artigo 57-B do Código Eleitoral Brasileiro. Esse marco legal

estabelece princípios como a liberdade de expressão e a proteção da privacidade

dos usuários, fundamentais no contexto das interações políticas on-line durante as

eleições, no tocante ao processo democrático e aos princípios republicanos.

No entanto, junto com esses avanços, surgem desafios determinantes.

A disseminação de desinformação e notícias falsas, preocupação central tipificada

pela Lei nº 13.834/2019 que tipifica o crime de denunciação caluniosa com

finalidade eleitoral, mina a integridade do processo democrático e influencia

indevidamente a opinião pública. Além disso, a polarização política, exacerbada


pelas bolhas de filtro das redes sociais, dificulta o diálogo construtivo entre

diferentes perspectivas, desafio que exige medidas eficazes, como a verificação de

fatos e o combate a contas falsas, conforme esperado tanto pelos eleitores quanto

pelas legislações vigentes.


É fundamental que as redes sociais desempenhem um papel

construtivo nas eleições de 2024, adotando medidas adicionais para garantir a

equidade e a imparcialidade do processo, conforme estabelecido pelo Código

Eleitoral Brasileiro. Isso inclui a regulamentação adequada das práticas de

publicidade política online, a proteção da privacidade dos usuários e a promoção

da diversidade de opiniões e perspectivas nas plataformas digitais.


Neste contexto, a revolução digital nas redes sociais oferece

oportunidades e desafios únicos para o futuro das eleições e da democracia no

Brasil. Ao aplicar as leis vigentes de forma eficaz e promover um ambiente digital

mais saudável e democrático, podemos garantir que essas plataformas sejam

utilizadas de forma responsável, transparente e justa, fortalecendo assim o

processo democrático e a confiança dos eleitores.


Diante desse cenário, é necessário um esforço conjunto entre

legisladores, autoridades eleitorais, plataformas de redes sociais e sociedade civil

para promover um ambiente digital mais saudável e democrático. Isso pode

envolver aprimoramentos na legislação existente, a implementação de tecnologias

de verificação de fatos mais robustas e a conscientização dos usuários sobre os

riscos da desinformação. Ao mesmo tempo, é fundamental garantir que as

medidas adotadas respeitem os princípios fundamentais da liberdade de expressão

e do direito à informação.


A revolução digital nas redes sociais oferece oportunidades e desafios

únicos para o futuro das eleições e da democracia. Cabe a todos os envolvidos no

processo político e digital trabalhar juntos para garantir que essas plataformas

sejam utilizadas de forma responsável, transparente e justa, promovendo assim um

ambiente eleitoral mais inclusivo e democrático para todos os cidadãos.


Francisco Leopoldo Martins Filho

Advogado

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