O compromisso firmado em 2021 pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) com a Coleta Seletiva Solidária já alcança resultados que sinalizam a companhia como órgão modelo do Governo do Ceará, quanto à correta destinação de resíduos sólidos recicláveis. Até junho deste ano, foram mais de 155 mil quilos de materiais doados para associações e cooperativas de materiais recicláveis no estado. O montante contribuiu para uma arrecadação de R$ 100 mil. Os materiais recicláveis mais doados pela companhia são papel, papelão, PET, plástico, PVC e vidro.
No dia a dia, o cuidado e a atenção com a Coleta Seletiva Solidária pela Cagece tem feito a diferença na vida de pessoas como a de dona Francisca Maria Rodrigues de Lima, de 57 anos, que trabalha com reciclagem há mais de 10 anos. Hoje, ela é uma das responsáveis pelo processo de triagem dos materiais que são doados para a Associação de Agentes Ambientais Rosa Virginia, que fica localizada num pequeno galpão no bairro Conjunto Esperança, em Fortaleza.
“Parcerias assim como a da Cagece ajudam muito. Lá em casa vive eu, meu companheiro que também trabalha com reciclagem, e meu filho. Para complementar minha renda de catadora, eu só recebo o Bolsa Família. Antes de entrar na associação Rosa Virgínia, eu andava recolhendo resíduos nas casas. Vinha aqui duas vezes na semana pra vender minhas coisas. Hoje, eu sinto uma diferença bem grande de estar numa associação. Quando dá, a gente vem até no dia de sábado, que é pra dar mais uma ajudinha e conseguir um dinheirinho extra”, conta Francisca.
Até dezembro de 2024, a Coleta Seletiva Solidária deverá ser ampliada para todas as Unidades de Negócio da companhia, distribuídas geograficamente no Ceará. “O trabalho envolve ações estratégicas de educação ambiental, a fim de sensibilizar para a separação correta dos resíduos recicláveis dentro da empresa”, afirma Ana Karolina, engenheira ambiental da Cagece.
Apesar da catação de materiais recicláveis ser um trabalho relevante para a cidade e o meio ambiente, os profissionais que realizam a coleta tendem a enfrentar o preconceito e lutam por valorização. “Nós temos um papel muito importante na sociedade enquanto agentes de limpeza. Precisamos de um olhar mais respeitoso enquanto profissionais. Sem o catador não existe política pública que dê conta para uma cidade limpa”, declara Musamara Mendes, presidente da Associação de Agentes Ambientais Rosa Virginia.
Para a Cagece, o incentivo à reciclagem e a valorização dos catadores no Ceará são também uma forma de garantir o bom funcionamento dos sistemas de esgotamento sanitário, já que lixo nas ruas e a destinação indevida de resíduos sólidos nas redes de esgoto podem provocar ocorrências de extravasamentos nas vias públicas.