O técnico em informática, Diego Pereira, de 36 anos, já está se preparando para a compra do presente do seu pai. Para isso, pretende gastar entre R$ 200 e R$ 400. “Em família é usual comemorarmos essas datas. Sabemos do apelo comercial que elas têm, ainda mais que o mais importante é o relacionamento entre as famílias e o amor entre pais e filhos, mas sempre presenteamos nosso pai e nesse ano não poderia ser diferente. É um domingo para reunião em família durante o dia todo. Geralmente é um dia muito bom e feliz”, contou.
Assim como ele, muitos outros filhos cearenses irão às compras para presentear os pais nesse ano. De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), as vendas para o Dia dos Pais de 2024 devem movimentar R$ 202 milhões no Ceará. Em todo o país, o varejo será impactado com R$ 7,7 bilhões. Caso essa previsão se concretize, haverá um crescimento de 4,7% em relação ao ano anterior, já ajustado pela inflação. O Dia dos Pais é a quarta data mais importante para o varejo brasileiro em termos de movimentação financeira.
A CNC estima ainda que as lojas de vestuário deverão arrecadar R$ 3,07 bilhões durante o Dia dos Pais. Em seguida, os setores de perfumaria e cosméticos devem movimentar R$ 1,51 bilhão, e o de utilidades domésticas e eletroeletrônicos, R$ 1,19 bilhão. Esses três segmentos devem representar quase 75% das vendas totais no varejo para essa data.
José Roberto Tadros, presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, enfatiza a relevância dessa data para o setor comercial. “Com a taxa de desemprego no menor nível dos últimos dez anos e sinais positivos no consumo, esperamos um aumento significativo nas vendas deste ano”, afirma Tadros. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua) do IBGE, a taxa de desocupação está em 7,1%, o menor nível para esse período desde 2014.
Em termos regionais, São Paulo (R$ 2,321 bilhões), Minas Gerais (R$ 792 milhões) e Rio de Janeiro (R$ 681 milhões) deverão responder por quase metade (49,3%) da movimentação financeira esperada. Os estados com maiores crescimentos comparados ao ano passado são Bahia (8,2%), Santa Catarina (5,7%) e Rio de Janeiro (5,6%).
Valores e contratações
Diferente dos anos de 2021 e 2022, quando os preços dos bens e serviços relacionados à data subiram 8% e 8,4%, respectivamente, 2023 viu uma desaceleração para 5,3%. Para 2024, a CNC projeta um aumento de 2,9%. Entre os 13 grupos de itens analisados, quatro devem apresentar queda nos preços comparados a 2023, como televisores (queda de 3,1%), computadores pessoais (redução de 4,1%) e aparelhos telefônicos (diminuição de 9,4%). Por outro lado, livros (alta de 12,9%), bebidas alcoólicas (elevação de 10,1%) e alimentação fora do domicílio (crescimento de 4,8%) deverão registrar as maiores altas.
O aumento nas vendas também deve levar a uma maior contratação de trabalhadores temporários. A CNC prevê a abertura de 10,47 mil vagas temporárias no varejo para atender à demanda sazonal do Dia dos Pais de 2024, o maior número dos últimos dez anos. Hiper e supermercados (4,97 mil), lojas de utilidades domésticas e eletroeletrônicos (1,73 mil) e o setor de vestuário (1,68 mil) são os que mais devem contratar temporários. O salário médio de admissão deve ficar em R$ 1,7 mil, um aumento nominal de 4,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A CNC também projeta uma taxa de efetivação de 9% após o Dia dos Pais deste ano, a maior desde 2021 (16%).
Na avaliação do economista Wandemberg Almeida, o Ceará tem, hoje, uma economia que passa confiança. “Temos diversos fatores que acabam contribuindo de maneira positiva para que possamos ter na figura do consumidor um desejo de consumir e movimentar o comércio. Tudo isso tem um reflexo de um melhor direcionamento da população que começa a acreditar mais na economia. E ainda mais Dia dos Pais, cuja tendência é que as pessoas adquiram cada vez mais produtos, com o objetivo de presentear seus pais. Isso mostra que o Estado do Ceará tem condições de crescimento, onde se vê uma movimentação financeira, pessoas voltando a consumir cada vez mais porque é tão voltando a ter uma confiança maior na economia do país”, disse.
O ESTADO CE